Voltar à base da localidade não é rebelião, é obediência.
Um relato sobre a situação vigente na grande Belo Horizonte e o testemunho do nosso posicionamento em Contagem MG.
Amados irmãos em Cristo e santos fiéis à verdade estabelecida por Deus em Sua santa palavra,
Partindo do princípio que na Bíblia, as igrejas não eram definidas por:
Mas elas eram definidas simplesmente pela cidade:
"à igreja em Corinto" (1 Co 1:2)
"à igreja dos tessalonicenses" (1 Ts 1:1)
"à igreja que está em Éfeso" (Ap 2:1)
"as sete igrejas que estão na Ásia" (Ap 1:11)
E que isso não era apenas uma forma de falar, era um princípio de unidade e expressão prática. Que o corpo de Cristo em cada cidade se manifestava como uma única igreja local, e isso significava que todos aqueles que se convertiam ao Senhor e moravam naquela determinada cidade se tornavam espontaneamente a igreja naquela cidade, em unidade, e que o tamanho das igrejas BÍBLICAS não era nem menor e nem maior do que o limite geográfico da cidade, compartilho o testemunho abaixo sobre a situação vigente na Grande Belo Horizonte e o relato do nosso posicionamento em Contagem.
Em 2009 após a divisão, alguns irmãos que não se corromperam pelo sistema de Dong Yu Lan, se desligaram do ministério dele para continuar praticando a vida da igreja segundo essa visão bíblica e em unidade com aqueles, que em toda a parte, igualmente praticam essa visão e com todos os filhos de Deus espalhados em toda a terra. Foi assim em diversas cidades no Brasil e em Belo Horizonte também.
Logo que esse pequeno grupo de irmãos de Belo Horizonte, alguns na região do barreiro e outros na região do Pindorama, tomou esse posicionamento, outros se juntaram a eles.
Alguns irmãos das cidades da região metropolitana de Belo Horizonte que também estavam tomando esse posicionamento, pelo fato de ainda serem poucos e com o objetivo de unirem forças, se ajudarem mutuamente e crescerem juntos, optaram por fazê-lo se juntando a Belo Horizonte e não em suas respectivas cidades.
Dentre os irmãos que se juntaram ao grupo em Belo Horizonte, estava também o irmão Sandro. Naquele momento, ainda não havia um presbitério estabelecido, nem coordenação administrativa formal; os irmãos estavam apenas reunindo em simplicidade. Foi então que Sandro tomou a iniciativa de organizar uma reunião de serviço para tratar de assuntos práticos e, a partir disso, passou a exercer uma função de liderança entre os irmãos, assumindo prontamente uma posição central no grupo.
Inicialmente, ele morava em Belo Horizonte. Mais tarde, mudou-se para Santa Luzia, cidade da região metropolitana. Apesar da mudança de localidade, continuou assumindo o papel de liderança na igreja em Belo Horizonte, fato que contribuiu para o estabelecimento de um modelo regionalizado e não baseado exclusivamente na localidade.
A princípio, outros irmãos passaram a se envolver com Sandro nas questões de liderança. Contudo, devido a diferenças de entendimento e direção, restaram apenas três irmãos nesse encargo: ele de Santa Luzia, o irmão Zinho de Contagem e o irmão Denison de Belo Horizonte.
Esses dois irmãos passaram a colaborar de forma direta e contínua com Sandro nas responsabilidades da igreja, consolidando-se como os principais auxiliares na liderança. Paralelamente, crescia o número de irmãos de outras cidades da região metropolitana que se uniam à prática centralizada em Belo Horizonte.
Havendo já nesse período um crescimento considerável do número de irmãos, duas distorções bíblicas preocupantes passaram a se desenvolver com maior solidez:
Esse modelo se distanciou claramente da prática revelada no Novo Testamento, na qual cada igreja é expressa localmente, segundo os limites da cidade, e é conduzida por um presbitério plural e local, ou seja, formado por irmãos que moram e são reconhecidos na própria localidade onde servem.
Após alguns anos, cerca de três ou quatro, um grupo considerável de irmãos com anos de caminhada na restauração do Senhor, em sua maioria residentes em Belo Horizonte, começou a levantar sérias preocupações. Eles passaram a alertar que o modelo que vinha sendo praticado, com a unificação das cidades da região metropolitana sob uma só estrutura e a formação de um presbiterato regional centralizado, não encontrava respaldo nas Escrituras.
Esses irmãos apontavam que tal configuração feria diretamente o padrão bíblico, que estabelece a igreja segundo a localidade, com um presbitério plural e exclusivamente local. Mas, como você pode imaginar, o que veio a seguir não foi aceitação, foi resistência; e uma resistência intensa.
Aqueles que ousaram tocar nesse assunto passaram a ser vistos com desconfiança, marginalizados e, com o tempo, rotulados como "rebeldes". A crítica ao modelo metropolitano foi interpretada como uma ameaça ao presbítero e à igreja em Belo Horizonte.
Nas reuniões e nas conversas entre os irmãos, foi-se consolidando a idéia de que havia uma movimentação subversiva em andamento, o que passou a ser informalmente chamado entre os irmãos de “a rebelião da base”. Sob esse rótulo, qualquer menção à necessidade de retornar à base da localidade era automaticamente desacreditada e reprimida.
Outra idéia que passou a ser amplamente difundida é que esses irmãos estavam movidos pela ambição de serem os líderes da igreja em Belo Horizonte. Essa idéia foi repassada à obra e, de certo modo, aceita pelos cooperados, como se pode perceber em um trecho de uma carta do cooperador Sherman Robertson, enviada à igreja em Belo Horizonte:
"Suspeito fortemente que aqueles que estão criando caso usando esse argumento não estão qualificados para estar na liderança".
Com o tempo, por conta de sua posição social, recursos financeiros e envolvimento ativo com os irmãos, Sandro passou a ter maior acesso à obra no Brasil, especialmente aos cooperadores em São Paulo, à distribuidora de livros e às conferências organizadas pela obra. Também passou a freqüentar conferências internacionais, como as realizadas em Anaheim, onde está sediado o Living Stream Ministry.
Em Belo Horizonte, alugou um grande local de reuniões no bairro Padre Eustáquio, cuja manutenção assumiu pessoalmente. Além disso, passou a custear a ida de diversos irmãos para conferências, a financiar regularmente os almoços dominicais e a contribuir de forma significativa com ofertas para a obra no Brasil.
Com isso, sua presença e influência foram se consolidando, não apenas localmente, mas também em outras esferas da obra. Ainda que tais ações envolvessem disposição e generosidade, na prática elas acabaram contribuindo para o fortalecimento de uma estrutura centralizada e sustentada, em grande parte, por um único irmão.
É nesse contexto que a minha própria história se entrelaça com esses acontecimentos.
Eu sou nascido e criado em Ouro Preto MG. Lá em 2002 ganhei a visão da vida da igreja. Passei a me reunir, juntamente com toda minha família e mais alguns irmãos sobre essa base. Foram os anos mais preciosos da minha vida, principalmente no sentido espiritual. Até que, em 2009, a divisão provocada por Dong Yu Lan mudou drasticamente o cenário.
O caos espiritual se instalou nas igrejas, frieza, pecados, doenças e mortes. Custei a perceber o que estava acontecendo, porque Dong e seus cooperadores esconderam brilhantemente as informações cruciais da maioria das igrejas. Até que em 2012 eu já tinha percebido que muita coisa estava desalinhada, e que a divisão era a responsável por tudo aquilo. Resisti um pouco, mas em meados de 2014, depois de uma série de problemas pessoais, parei de me reunir sob o ministério de Dong Yu Lan, e em janeiro de 2015 eu, minha esposa e minha filha voltamos à base da unidade e à comunhão do Corpo.
Não tive forças ou clareza, naquele momento, para começar a reunir em Ouro Preto apenas com minha esposa e filha. Então, sempre que possível, íamos a Belo Horizonte aos domingos, especialmente para o partir do pão. Naquela época, o local de reuniões no bairro Padre Eustáquio já havia sido alugado.
Em janeiro de 2016, com o objetivo de vivermos plenamente a vida normal da igreja, nos mudamos para Contagem. Ainda assim, devido à unificação metropolitana, continuamos a nos reunir em Belo Horizonte.
Quando cheguei, encontrei um forte cenário de confusão na igreja. Algumas reuniões pareciam verdadeiros campos de batalha. Havia acusações contra o Sandro, reuniões marcadas por conflitos e uma divisão interna evidente, concentrada principalmente em dois grupos: o grupo do Sandro e o grupo ligado ao irmão Alberto, da região do Pindorama. Este último grupo levantava com insistência preocupações sobre a questão da base e do presbiterato. A tensão se espalhava também entre os próprios presbíteros e os irmãos que serviam aos jovens, dando lugar a mágoas profundas, ressentimentos e rupturas.
Uma experiência pessoal me deixou claro o quanto essa divisão já estava consolidada:
Eu havia acabado de me mudar para Contagem e vivia um momento de forte escassez financeira. Certo domingo, após a reunião, precisei de ajuda para resolver um problema mecânico no meu carro. Procurei o irmão Sandro e expus a situação. Naquele mesmo dia, durante o almoço no local, o irmão Alberto se sentou comigo à mesa, almoçamos juntos e conversamos tranquilamente.
O irmão Sandro, incomodado com aquela cena, se dirigiu à minha esposa e a aconselhou que me orientasse para que eu tivesse cautela com quem eu estava me relacionando.
Ao final do almoço, quando eu já me preparava para ir embora, o irmão Sandro ao combinar comigo os detalhes da oferta que faria para me ajudar, me disse, com todas as letras:
“Cuidado irmão, olha bem o grupo que você vai escolher...”
Aquela frase, ainda que dita de forma contida, carregava um peso enorme. Ficava claro que, mais do que uma ajuda prática, o que estava em jogo ali era a lealdade, e o pertencimento a um lado naquela divisão.
Nesse período procurei ser um com os presbíteros, e não dei importância para a gravidade da unificação metropolitana não-bíblica e para os problemas que estavam sendo denunciados, pelo contrário, passei a ser um dos que combatiam, com toda a força possível, os “rebeldes” e a “rebelião da base”.
O cenário era tão grave que, por inúmeras vezes, irmãos incomodados com a prática não-bíblica da base unificada solicitaram comunhão com os cooperadores da obra em São Paulo, na tentativa de corrigir o rumo das coisas. Diversas tentativas foram feitas, mas havia um obstáculo sério: esses irmãos já eram amplamente vistos como ambiciosos, rebeldes, facciosos, divisivos e associados ao que passou a ser chamado de "rebelião da base".
Minha impressão pessoal é que, por causa desse estigma, nenhuma das tentativas de correção, envolvendo a obra, encontrou espaço ou acolhimento real. As portas já estavam fechadas antes mesmo que a comunhão começasse.
A forma como eram combatidos aqueles irmãos que, com base na Palavra e no ministério dos irmãos Watchman Nee e Witness Lee, manifestavam preocupação ou discordância com a prática da unificação metropolitana e do presbiterato regional em Belo Horizonte, revela o ambiente cada vez mais rígido e institucionalizado que se instalou entre nós. Em geral, cinco estratégias principais eram usadas contra eles:
Mensagens do ministério e trechos de livros eram recortados, retirados de contexto, interpretados de maneira arbitrária e usados para combater de forma sutil ou direta esses irmãos. Isso incluía “palavras de combate” lançadas durante as reuniões, cuidadosamente direcionadas, mas disfarçadas de edificação geral, quando na verdade visavam calar, expor ou constranger.
Irmãos que ousavam levantar questionamentos ou que expressavam sua consciência diante do Senhor passaram a ter seu passado revirado e exposto. Problemas antigos, já tratados e perdoados diante do Senhor e que já estavam debaixo da cobertura do sangue, eram trazidos novamente à tona, usados como munição para desacreditar sua palavra e sua pessoa diante dos outros irmãos.
Logo que alguém manifestava alguma preocupação com a prática da base unificada ou com o modelo administrativo regional unificado, era imediatamente rotulado como "ambicioso", “rebelde”, “faccioso”, “divisivo”, “problemático” ou até mesmo “leproso”, linguagem essa que criava uma barreira instantânea e invisível entre esses irmãos e o restante da igreja, impedindo qualquer escuta sincera ou comunhão mútua. Revelavam-se como especialmente poderosos e devastadores os rótulos “ambicioso” e “rebelde”, capazes de desqualificar irmãos de forma mais rápida e definitiva, mesmo entre aqueles que nunca os conheceram ou sequer tiveram qualquer contato prévio.
É impressionante como, ao rotular um irmão, imediatamente os outros santos deixam de considerar qualquer explicação ou defesa. Ele passa a ser visto como alguém perigoso e até mesmo satânico, alguém que precisa urgentemente ser isolado e afastado da comunhão. O processo é simples: basta que alguém com alguma posição considerável lance o rótulo, e a maioria o aceita sem questionar.
Esse mecanismo de rotulação funciona como uma sentença social e espiritual, eliminando qualquer possibilidade de diálogo, reconciliação ou restauração. EMBORA EXISTAM CASOS LEGÍTIMOS, ONDE É NECESSÁRIO CHAMAR A ATENÇÃO PARA PROBLEMAS REAIS, e embora pudesse realmente haver entre nós pessoas agindo com espírito de divisão, sectarismo ou rebelião, em boa parte dos casos que presenciei em Belo Horizonte tratava-se de uma armadilha para sufocar a verdade, destruir a comunhão e fortalecer o controle.
Com o tempo, esses irmãos passavam a ser ignorados, excluídos das conversas, retirados de serviços e afastados das reuniões. Evitava-se contato direto e a comunhão era interrompida. Muitas vezes, a simples presença desses irmãos gerava desconforto generalizado, como se carregassem consigo algum tipo de “contaminação espiritual”.
Em caso extremo, como no episódio envolvendo o irmão Ronaldo, em que o irmão foi literalmente expulso do local de reunião, com a solicitação de envolvimento da polícia humana, e foi removido do ambiente diante dos demais irmãos. Mesmo sem uma declaração oficial de excomunhão, as consequências práticas foram as mesmas: total isolamento e impedimento de participar da comunhão da igreja.
O conteúdo do vídeo abaixo demonstra bem o ambiente que se instalou contra os irmãos considerados "rebeldes da base". O vídeo contém áudios enviados por um irmão de serviço da igreja em Belo Horizonte em resposta à um irmão que havia enviado pra ele mensagens com trechos do ministério que discorriam sobre a "base da localidade".
Após ele enviar os áudios a esse irmão, ele mesmo os encaminhou a mim como forma de comemoração por "cortar a cabeça" dos "rebeldes".
Apesar de afirmar nos aúdios que "mora em Belo Horizonte", esse irmão nunca residiu na cidade de Belo Horizonte, porém é um irmão de uma cidade da região metropolitana que foi revestido de certa autoridade no centro para até mesmo impor tal tratamento, como esse dos áudios, aos irmãos da própria localidade deles.
Esses áudios, compilados no vídeo, foram enviados à esse irmão em coordenação com a liderança principal de Belo Horizonte.
A fim de preservar a identidade dos irmãos, a voz foi distorcida e alguns trechos silenciados. Segue abaixo:
Acredito que, por conta da minha vivência e experiência de anos na vida da igreja, os líderes passaram a me envolver em questões e reuniões mais administrativas desde que cheguei em Contagem e comecei a reunir em Belo Horizonte. Nesse contexto comecei a perceber, aos poucos, um cenário ainda mais alarmante.
Eis um dos grandes problemas que percebi na igreja em Belo Horizonte:
Em minha compreensão pessoal, é fundamental que toda prática adotada na vida da igreja tenha respaldo direto nas Escrituras. Aquilo que não pode ser claramente sustentado pela Palavra de Deus deve ser, no mínimo, profundamente avaliado com temor e tremor diante do Senhor. Quando adotamos modelos e práticas alheios ao que foi ordenado por Deus na Bíblia, incorremos no grave erro, ainda que de forma inconsciente, de julgar as Escrituras como incompletas, insuficientes ou desatualizadas. Embora esse não seja o nosso coração, é exatamente essa a mensagem que acabamos transmitindo. A igreja pertence ao Senhor; por isso, seu funcionamento, direção e testemunho precisam estar firmemente alicerçados no que Deus já estabeleceu em Sua Palavra, e não em arranjos humanos, pragmáticos ou circunstanciais. Qualquer desvio disso, inevitavelmente abre margem para confusão, divisão e perda da realidade espiritual.
Como a compreensão de muitos irmãos nem sempre é essa, então quando se pretende adotar práticas diferentes daquilo que foi estabelecido na BÍBLIA, não-bíblicas, que não encontram respaldo claro nas Escrituras, como é o caso em Belo Horizonte dessa espécie de “unificação de igrejas” com um "presbitério regional unificado", o mínimo que se exigiria seria a unanimidade dos irmãos quanto a esse caminho.
No entanto, quando um grupo significativo de irmãos se mostrou desconfortável, contrário, expressou reservas profundas e, em alguns casos, chegou a alertar com insistência e até desespero sobre os riscos dessa direção, era dever espiritual parar e reconsiderar.
Se estivéssemos tratando de algo claramente ordenado e estabelecido por Deus em Sua Palavra, a resistência de alguns não invalidaria a necessidade de obediência. Mas nesse caso, o que se propunha era uma prática não encontrada nas Escrituras, e justamente por isso, deveria haver ainda mais cuidado, mais oração, mais comunhão e principalmente unanimidade no Espírito.
Levar adiante práticas não bíblicas, mesmo com o apoio da maioria, sem discernimento e sem consenso, fere profundamente o princípio neotestamentário da comunhão. E quando isso é feito por imposição, ainda que sob aparência de zelo, o que se estabelece, no fundo, é uma forma de governo humano, revestida de linguagem espiritual; um caminho certeiro para a confusão e para a divisão.
Ainda precisamos considerar também que se validamos, seja por entendimento, conveniência ou qualquer outra razão, a prática adotada em Belo Horizonte de unificar diversas cidades como se fossem uma só igreja, absorvendo irmãos das localidades vizinhas sob a proibição de praticarem a vida normal da igreja em suas próprias cidades, então estaremos, por coerência, obrigados a validar também outras distorções da base bíblica. Teremos que aceitar, por exemplo, as denominações, as igrejas de bairro, as igrejas organizadas por doutrinas específicas, ou até mesmo as chamadas “igrejas de garagem”. Pois se aceitamos um sistema que ultrapassa os limites da localidade, com que justiça podemos condenar os que ficam aquém desses limites? O que nos dá autoridade espiritual para repreender práticas menores, se acolhemos e legitimamos práticas maiores, igualmente contrárias à Palavra de Deus?
Havia ainda outro aspecto preocupante: o controle sobre o conteúdo liberado nas reuniões.
Em algumas ocasiões, fui escalado para fazer a palavra de abertura nas reuniões de mutualidade. Quando o tema da semana tratava da base da localidade, assunto claramente abordado nas mensagens do ministério, o irmão Sandro me orientava a evitar o tema, ou, caso fosse realmente necessário mencioná-lo, que eu o fizesse de maneira “cirúrgica”.
O objetivo era não provocar ou encorajar os irmãos considerados “rebeldes”, que poderiam se sentir legitimados a expressar suas percepções diante da congregação. A preocupação não era com a edificação mútua, mas com a manutenção da estabilidade da liderança, desse modelo diferente e a contenção de possíveis discordâncias.
Em outras ocasiões, quando eu era escalado para a abertura da mutualidade, caso houvesse na mensagem da semana do Reavivamento Matinal qualquer menção, ainda que indireta, ao tema da rebelião (como um algarismo romano, um subtópico ou até mesmo um ponto menor), o irmão Sandro me chamava para uma conversa antes da reunião. Nessa conversa, ele ensaiava comigo uma palavra de abertura que focasse quase integralmente nesse ponto, orientando-me a usá-lo como instrumento para combater determinados irmãos considerados "rebeldes", em especial aquele que estivesse mais em evidência no momento. Esse direcionamento era geralmente acompanhado da seguinte expressão: “Você está com a faca e o queijo na mão.”
Ao longo do tempo, tornou-se cada vez mais evidente que a preocupação exagerada com a chamada “rebelião da base”, com os inúmeros supostos "rebeldes" existentes em Belo Horizonte e a insistência na manutenção do modelo de unificação começaram a afetar a vida da igreja em diversas esferas. A suspeita constante, o receio de perda de controle e o esforço para preservar uma determinada estrutura organizacional passaram a moldar decisões e posturas que interferiam diretamente no fluir espiritual. Um exemplo claro disso foi o modo como as reuniões de casa, uma prática vital da vida da igreja no Novo Testamento, foram tratadas.
Na Bíblia e no ministério em geral, há um encargo muito claro e consistente a respeito das reuniões de casa. No entanto, em Belo Horizonte, devido à tensão gerada em torno da questão da base da localidade, essa prática era frequentemente desestimulada pela liderança. Havia o receio de que esses ambientes, menos estruturados, dessem espaço para que irmãos considerados “rebeldes” compartilhassem suas convicções sobre esse tema, dificultando o controle por parte da liderança.
Em algumas ocasiões em que conseguimos praticar as reuniões de casa por iniciativas próprias, havia sempre uma preocupação explícita e, por vezes, até interferência direta da liderança quanto ao conteúdo a ser lido. Um exemplo disso foi uma breve série de reuniões que aconteceram na casa de um irmão que mora próximo à região do Zoológico, onde fomos expressamente proibidos pela liderança de estudar a apostila das 96 Lições do irmão Witness Lee e encorajados a usar somente o RM, ao invés de livros do ministério.
Por diversas vezes, nas reuniões de serviço, foi manifestado por vários irmãos o encargo pelas reuniões de casa. Em algumas ocasiões, chegamos até mesmo a esboçar a formação dos grupos. No entanto, a liderança de Belo Horizonte passou a desencorajar sistematicamente essa prática, usando como pretexto uma antiga ligação feita por um irmão de BH à obra em São Paulo, na qual esse irmão acusava a liderança local de tentar exercer controle humano por meio das reuniões de grupo. A alegação era que outras acusações semelhantes poderiam surgir.
Outro aspecto profundamente preocupante naquele período foi a normalização de práticas que violavam princípios básicos da vida cristã, especialmente no que diz respeito à confiança e à luz. Um exemplo disso foram as gravações de comunhões particulares, conversas e falas em reuniões feitas sem o conhecimento ou consentimento dos irmãos. Tais registros foram, em muitos casos, armazenados, compartilhados e até utilizados como forma de vigiar, expor ou desacreditar aqueles que manifestassem algum incômodo com a prática vigente. Chegamos ao ponto de gravar irmãos às ocultas, até mesmo cooperadores, para depois, recortar suas palavras e, se necessário, apresentá-las fora de contexto, de modo a servir como evidência contra eles ou validar práticas vigentes.
Em muitas ocasiões, conversas e comunhões particulares ocorreram em um ambiente de simplicidade e confiança, com os irmãos abrindo seus corações de forma sincera, compartilhando conosco seus sentimentos mais íntimos, suas dúvidas, suas fragilidades, buscando ajuda e comunhão, enquanto nós, mesmo diante dessa abertura, estávamos, por ordem do presbítero líder, gravando às escondidas as falas desses irmãos. Hoje, ao relembrar isso, meu coração se entristece profundamente, pois, aquilo que deveria ser espaço de luz e edificação mútua foi transformado em terreno de vigilância e coleta de evidências. Violamos, muitas vezes, sem perceber plenamente, a dignidade espiritual e a confiança fraterna que deve existir no Corpo de Cristo. Confesso com vergonha que participei dessa prática. E por isso também me arrependo.
Louvado seja o Senhor, pois, eu próprio, posteriormente, também fui vítima dessa mesma prática. Palavras que eu mesmo havia pronunciado anteriormente, defendendo a prática não-bíblica da base unificada; palavras que hoje reconheço terem sido ditas em erro, foram gravadas sem meu conhecimento e, após meu reposicionamento, passaram a ser amplamente compartilhadas, com o propósito claro de me expor e desacreditar.
Essa prática, além de mundana, contradiz diretamente os princípios da luz, da comunhão e da confiança mútua que deveriam caracterizar a vida da igreja. Com tristeza reconheço que, por um tempo, colaborei com esse sistema, guardando áudios em meu próprio computador, acreditando estar protegendo a igreja, quando na verdade estávamos apenas reforçando um ambiente de medo e controle. Hoje entendo que nada disso tem qualquer respaldo no Espírito ou nas Escrituras. Foi um desvio, grave e silencioso, que precisa ser trazido à luz para que haja arrependimento e restauração.
No Nome do nosso Senhor Jesus, peço, publicamente, perdão aos irmãos por ter participado dessa e também de outras práticas malignas mencionadas em toda essa página.
É espantoso, e, de certo modo, até mesmo inexplicável, como em tão poucos anos, em prol de um projeto de unificação, conseguimos transformar a verdade bíblica da base da localidade e o modelo instituído por Deus no Novo Testamento para a administração das igrejas em temas considerados "rebelião", em assuntos considerados "morte", que deveriam ser combatidos com todas as forças. Conduzidos por uma lógica humana e institucional, passamos a considerar essa verdade como perigosa, e conseguimos convencer irmãos, e até mesmo cooperadores, de que se tratava de um tema ligado à ambição e ao espírito de divisão presentes em pessoas "rebeldes" da nossa região.
Mais uma vez manifesto aqui publicamente o meu arrependimento e deixo registrado o meu pedido público de perdão por ter feito parte disso, ainda que em certa medida, de maneira inconsciente.
Aos que, de maneira consciente ou inconsciente, continuam a se engajar nessa prática, deixo uma palavra com temor diante do Senhor: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba” (Gl 6:7). Quando promovemos ou sustentamos algo que contradiz abertamente o que está estabelecido na Palavra, como a base da localidade e o modelo neotestamentário de administração das igrejas, não estamos apenas desconsiderando irmãos. Estamos, com tamanha ousadia ou até mesmo insensatez, nos levantando contra o próprio Deus e Sua autoridade.
Isso não é apenas uma escolha de um modelo; é uma violação da ordem divina. E o Senhor, justo e zeloso por Sua Casa, no tempo devido, se levantará para vindicar aquilo que Lhe pertence, e corrigirá, com justiça, toda tentativa de substituição de Seu governo por arranjos humanos, ainda que revestidos de aparência espiritual.
Como resultado de tudo isso, em muitos irmãos sinceros de nossa região tem se instalado o doloroso sentimento de que tudo isso vem acontecendo com a conivência, ou, no mínimo, com o silêncio, da obra, dos cooperadores e do Living Stream Ministry. E um questionamento legítimo permanece entre corações feridos:
“Por que a obra e os cooperadores têm respaldado, ou ao menos tolerado, no âmbito da restauração do Senhor, uma prática diferente do que está estabelecido na Bíblia, imposta sem unanimidade, e cujos frutos, visivelmente manifestados ao longo dos anos, têm sido: confusões, divisões internas, esfriamento espiritual, manipulações humanas, estagnação e redução seletiva?”
Alem de todos esses fatos preocupantes relativos ao âmbito local, um fato extremamente preocupante passou a se desenvolver em Minas Gerais: qualquer igreja ou irmão que não fosse validado por Belo Horizonte ou que não aceitasse as diretrizes sugeridas ou impostas por Belo Horizonte, por exemplo, em questões como a autorização para partir o pão, era imediatamente isolado, desacreditado ou colocado sob o rótulo de rebelião.
Esses irmãos e igrejas passaram a ser marginalizados da comunhão do Corpo e excluídos de diversas atividades relacionadas à obra. Mesmo estando plenamente alinhados com o ministério, praticando a unidade e a comunhão genuína, passaram a ser tratados como se não existissem ou como se tivessem abandonado a restauração do Senhor.
Até os dias atuais, essa realidade persiste: a única solução aceitável, segundo o sistema vigente, é que tais irmãos ou localidades se submetam ao centro administrativo que se estabeleceu em Minas Gerais, caso contrário, permanecem sob rótulo e isolamento.
Diante disso, uma pergunta precisa ser feita com seriedade: em que momento passamos a aceitar, quase sem questionamento, que uma igreja de uma cidade grande detenha o poder de validar ou invalidar extra-localmente, práticas, irmãos, ou até mesmo o testemunho do Senhor em outras igrejas locais?
Essa influência desproporcional de Belo Horizonte levanta uma questão ainda mais profunda: será que o problema está apenas em quem centraliza, ou também em quem, por omissão ou conveniência, aceita ser governado?
A centralização só prospera onde há passividade. Estaríamos nós, como igrejas, escolhendo o caminho mais fácil da submissão, da omissão, em vez de assumirmos, diante do Senhor, a responsabilidade da autonomia espiritual?
A idéia de uma igreja-sede, de um centro que coordene tudo, é confortável, afinal, ao exitir tal sistema e ao nos submetermos a ele, grande parte da nossa responsabilidade espiritual e prática é diluída.
Não seria essa visão de um "centro administrativo espiritual", que valida ou invalida os demais, uma herança herdada por nós diretamente do modelo implementado por Dong Yu Lan? E se for, por que seguimos reproduzindo algo tão contrário à simplicidade neotestamentária?
Sempre foi costumeiro que alguns irmãos de Belo Horizonte visitassem outras igrejas de Minas Gerais com o objetivo de estreitar a comunhão. Um desses irmãos era o Ronaldo, que há alguns anos freqüentemente alertava os irmãos sobre os desvios praticados na Grande BH.
Suas abordagens se baseavam em leitura pública de livros do ministério, notas da Bíblia Versão Restauração, distribuição de folhas impressas com trechos do ministério e conversas diretas com os irmãos. Isso passou a gerar reações cada vez mais negativas por parte da liderança, até que, em determinado momento, ele foi formalmente proibido de freqüentar as reuniões e qualquer atividade relacionada à igreja em Belo Horizonte.
Foi exatamente nesse contexto que surgiu o projeto de “entremesclar” das igrejas em Minas Gerais. Pouco tempo antes, por volta do ano de 2018, o irmão Ronaldo havia visitado algumas localidades do interior juntamente com os irmãos Edgard, Carlos e Mauro, o que gerou forte preocupação entre os líderes de Belo Horizonte, especialmente em Sandro.
Temendo que as palavras desses irmãos pudessem trazer luz às demais igrejas e expor a estrutura centralizada que estava se consolidando, Sandro decidiu agir. O projeto do entremesclar nasceu ali, não como resposta a uma direção espiritual clara, mas como uma reação estratégica. A proposta era ampliar a comunhão entre os irmãos de diferentes cidades, mas a real intenção era neutralizar a atuação de Ronaldo e outros, conter o avanço de suas denúncias e reforçar os laços de lealdade das localidades de Minas Gerais com a liderança de Belo Horizonte.
Além disso, pouco antes da implantação do projeto oficial de "Entremesclar das Igrejas de Minas Gerais", algo muito especial havia acontecido na igreja em Conselheiro Lafaiete. Os próprios irmãos daquela localidade, em comunhão simples e espontânea, organizaram um tempo de comunhão e entremesclar entre igrejas próximas e com alguns irmãos que, segundo testificaram, o Senhor havia colocado em seus corações. Nesse entremesclar não houve participação ou presença da liderança de Belo Horizonte. O entremesclar aconteceu em um sítio de uma família simples da igreja e, por mais que eu não encontre palavras suficientes para descrever aquela experiência, o ambiente ali foi celestial, cheio pureza, mutualidade, singeleza, ausência de protagonismos. Foi algo orgânico, iniciado e sustentado pela própria vida da igreja local. Durante semanas, muitos irmãos ainda regozijavam no espírito por tudo o que foi experimentado naquele entremesclar.
E foi justamente pouco tempo depois desse acontecimento e como reação às visitas do irmão Ronaldo e mais alguns irmãos à algumas cidades que o projeto de "entremesclar" articulado por Belo Horizonte foi oficialmente lançado.
Ao contrário do que ocorreu em Lafaiete, quando foi consolidado o projeto oficial de "entremesclar das igrejas de Minas", a proposta ganhou uma natureza completamente diferente. Agora, tratava-se de um movimento amplamente coordenado pela liderança de Belo Horizonte, que passou a administrar todos os aspectos, desde a definição das cidades anfitriãs e igrejas participantes, até a organização da logística e dos preletores. o novo modelo foi estruturado em duas etapas:
Na primeira etapa, realizava-se uma reunião administrativa entre os presbíteros e irmãos de serviço da localidade anfitriã, localidades que participariam e a liderança de Belo Horizonte. Nessa reunião, através da coordenação administrativa de Belo Horizonte eram definidos os preletores (sempre incluindo representantes de BH), os temas, a programação e todos os detalhes logísticos. A direção espiritual e prática do evento passou a ser completamente coordenada pela liderança metropolitana.
A segunda etapa, naturalmente, era o próprio entremesclar em si, agora já fortemente moldado pela condução da liderança de Belo Horizonte, com presença massiva de seus irmãos e forte protagonismo na execução da programação. O que antes havia sido uma comunhão viva e descentralizada entre igrejas, passou a ocorrer sob a forma de grandes eventos organizados e padronizados, em que a espontaneidade e a mutualidade deram lugar à condução centralizada.
A comunhão genuína e orgânica entre igrejas locais, nascida da própria realidade do Corpo, foi substituída por um modelo funcional de integração, onde os vínculos passaram a acontecer em alinhamento com o centro organizador. Ainda que bem-intencionado por alguns, o "entremesclar", nesse novo formato, tornou-se um instrumento sutil de controle e uniformização das igrejas de Minas Gerais sob a influência de uma liderança centralizada.
Ao contrário de outros momentos da minha trajetória, nesta ocasião eu não fui enganado nem iludido. Quando a idealização desse projeto me foi apresentada, eu sabia o que estava sendo feito, e participei. Participai ativamente desde a idealização até às primeiras execuções. No momento em que discutíamos a idealização desse projeto, em nossa conversa, Sandro chegou a dizer, com entusiasmo:
“Que arma o Senhor nos deu, irmão!”
Essa frase não me soava estranha naquele momento. Eu concordava. Acreditava que estávamos apenas protegendo o testemunho da igreja contra aqueles "rebeldes" que estavam por aí visitando localidades.
Hoje, com clareza e arrependimento, reconheço que o que fizemos foi aplicar um mecanismo de controle humano, enquanto usamos uma linguagem espiritual para justificá-lo. Ao apresentarmos a todos os irmãos o projeto de entremesclar, afirmamos que “o Senhor nos havia conduzido a isso para que as igrejas entrassem na realidade do Corpo”, que “precisávamos ser ajustados, misturados, harmonizados” e “deixar nossas peculiaridades”. Mas, na verdade, estávamos apenas revestindo de espiritualidade uma estratégia que tinha outro propósito: conter as denúncias que vinham sendo feitas, preservar a estrutura de influência que se consolidava e manter sob controle o relacionamento das igrejas com a administração de Belo Horizonte. O que deveria ser uma edificação mútua e espontânea do Corpo de Cristo tornou-se, naquele momento, um campo de proteção institucional.
Com temor diante do Senhor, e reconhecendo minhas próprias limitações, deixo aqui uma palavra sincera para os irmãos. Práticas como o entremesclar sob coordenação centralizada, ainda que revestidas de espiritualidade, podem produzir efeitos silenciosos porém profundos: a consolidação da prática de uma "igreja-mãe" ou "igreja-sede", o enfraquecimento da identidade e da responsabilidade local das igrejas, a diluição da mutualidade orgânica, a dependência de um centro organizador, a concentração de autoridade e até mesmo a exclusão de igrejas ou de irmãos sinceros que não se alinham ao modelo centralizado adotado. Oro para que cada igreja, guiada pelo Espírito, possa discernir tais perigos e retornar com simplicidade à direção da Palavra e à realidade orgânica do Corpo de Cristo em cada cidade.
Não quero afirmar, porém, que nunca possa haver ocasiões em que uma organização mais ampla seja necessária, especialmente em eventos maiores ou momentos específicos, mas é essencial que cada um de nós, individualmente e como igreja, exercite profundo discernimento espiritual quanto ao espírito e à verdadeira intenção por trás de tais ambientes organizacionais.
Em diversos momentos, inclusive durante entremesclares das igrejas de Minas Gerais, especialmente por meio das palavras do presbítero principal, a liderança em Belo Horizonte passou a difundir entre os irmãos a idéia de que Belo Horizonte representa “Jerusalém”. Ou seja, um suposto centro espiritual ao qual os irmãos da região metropolitana deveriam se submeter para permanecerem em comunhão plena com a igreja. Essa narrativa, no entanto, é profundamente equivocada e espiritualmente perigosa. A igreja, conforme o padrão do Novo Testamento, é expressa localmente em cada cidade (Apocalipse 1:11; Atos 14:23), e não há base bíblica para a existência de uma igreja-sede ou de um presbitério regional que exerça autoridade sobre outras localidades.
Isso configura uma distorção sutil, pois Jerusalém, como a base estabelecida por Deus para adoração no Antigo Testamento, tipifica hoje, na era do Novo Testamento, a Igreja, o Corpo de Cristo, a habitação de Deus em seu aspecto universal, composta por todas as igrejas como expressões práticas locais espalhadas em toda a terra, e que será, em sua consumação final e máxima, a Nova Jerusalém. Em Cristo, não há mais centro geográfico de adoração ou de autoridade espiritual composto por uma única cidade ou uma única região (João 4:21–23). A centralidade agora está no Espírito, que opera no Corpo que é a Igreja, expressa localmente em cada cidade, sem sede ou comando regional. Atribuir a uma localidade, como Belo Horizonte, o papel de “Jerusalém” nos tempos atuais, e exigir que outras igrejas estejam ligadas a ela para serem consideradas legítimas, é um retorno às sombras da antiga aliança e uma substituição da autoridade de Cristo por uma centralização humana. Isso fere diretamente a visão do Novo Testamento e obscurece o testemunho puro da igreja como expressão da vida divina em cada localidade.
No ano de 2019, o cenário em Belo Horizonte já estava profundamente agravado. As divisões internas se multiplicavam em diversas formas. Muitos dos irmãos que tentavam alertar sobre os desvios já haviam se retirado "voluntariamente" ou sido rejeitados pela comunidade. Ainda assim, os conflitos, divisões e os problemas internos continuavam, sem sinais de cessar.
Completava-se uma década desde a divisão promovida por Dong Yu Lan, em 2009, e o conseqüente retorno de alguns irmãos à comunhão e ao posicionamento pela unidade do Corpo. Naquele momento, a unificação metropolitana da Grande Belo Horizonte já não era mais para ajuda mútua entre localidades; havia se tornado uma imposição. E ai daquele que ousasse se levantar contra isso.
Naquele ano (2019), a igreja em Belo Horizonte havia consolidado a unificação com as cidades da Grande BH, formando uma espécie de Igreja Metropolitana Unificada, com a seguinte composição:
Uma década após o recomeço, esse era o quadro estável de crescimento e número que havia sido alcançado.
Existe ainda um efeito silencioso, porém muito real, gerado pela unificação impositiva das igrejas da região metropolitana: ela trava o avanço da vida da igreja nas cidades vizinhas. Ao concentrar tudo em Belo Horizonte, esse modelo criou um ambiente no qual apenas os irmãos com melhores condições financeiras e logísticas conseguem frequentar as reuniões no centro unificado. Por outro lado, inúmeros irmãos, sinceros, sedentos e dispostos, que o Senhor poderia ter acrescentado às igrejas, foram, na prática, impedidos por conta dessa estrutura centralizada.
Talvez ainda mais grave seja o fato de que as cidades da região metropolitana foram esvaziadas de seu chamamento espiritual. Deixaram de ser vistas como localidades legítimas para a expressão do Corpo de Cristo e passaram a ser tratadas apenas como regiões periféricas subordinadas a uma igreja-sede.
Hoje, na data em que escrevo esse testemunho, mais de quinze anos se passaram desde o começo dessa prática unificada, e o resultado é visível: testemunhos comprometidos e crescimento estagnado. E tudo isso, não por falta de irmãos, de dons ou do mover do Espírito, mas porque o modelo que adotamos impediu essas igrejas de florescerem.
Não reflete a justiça de Deus exigir que irmãos simples e humildes, muitas vezes com recursos financeiros limitados, assumam gastos logísticos tão elevados (tempo, transporte, alimentação...) para poderem se reunir e praticar a vida adequada da igreja, quando poderiam, segundo a ordenação bíblica, praticá-la em suas próprias cidades. A centralização imposta pela unificação das igrejas da região metropolitana gerou exatamente isso: um sistema que, na prática, exclui os que não podem acompanhar o ritmo de deslocamentos e compromissos centralizados. Isso é injusto e contrário ao coração pastoral do Senhor, que veio buscar o que estava perdido, servir os fracos e incluir os pequenos. A igreja deve ir ao encontro dos irmãos, e não exigir que eles se adaptem a estruturas humanas distantes, rígidas e custosas. A justiça de Deus clama por um testemunho que seja acessível, local e real, não por um modelo que sacrifica os pequenos em nome de uma unidade institucional.
Logo após minha mudança para Contagem, soubemos de uma família em Betim que estava sendo contatada por um irmão local (que, como muitos, reunia regularmente em Belo Horizonte). Essa família abriu sua casa para reuniões e, por algumas vezes, o irmão de Betim pediu apoio aos irmãos de Contagem, já que estávamos mais próximos. Fomos, vimos a abertura do coração daqueles irmãos e enxergamos ali um terreno fértil para que Betim tivesse, aos poucos, um testemunho próprio e sólido da igreja.
No entanto, apesar do início promissor, esse irmão, que sempre teve muito apreço por reunir em Belo Horizonte e que valorizava muito a unificação metropolitana, acabou desistindo de dar continuidade ao contato. Por já estar plenamente integrado ao centro em Belo Horizonte, e por ter condições logísticas de ir e vir, ele preferiu manter essa dinâmica confortável, mesmo que isso significasse interromper o que o Senhor estava iniciando em sua própria cidade. Aqueles irmãos de Betim nunca chegaram a frequentar as reuniões em Belo Horizonte, e o processo de cuidado e avanço espiritual foi interrompido.
Recordo com clareza de um momento específico, durante a volta de uma conferência em São Roque, quando esse irmão declarou que não se sentia capaz de assumir a responsabilidade por uma obra do Senhor em Betim e preferia se abster. Respeitamos suas colocações, mas não pude deixar de perceber que se ele estivesse reunindo ali mesmo em sua cidade, com os poucos irmãos que já haviam começado, provavelmente teria sentido o encargo natural de avançar e teria pagado o preço por isso. Ainda que buscasse, vez ou outra, comunhão em Belo Horizonte, o exercício do encargo local teria gerado crescimento, edificação e testemunho.
Outro exemplo marcante ocorreu com um irmão da cidade de Santa Luzia que começou a se reunir conosco, demonstrando grande encargo pela vida da igreja. Casado, com uma filha pequena, ele atravessava um momento financeiro difícil e dispunha apenas de uma moto como meio de transporte. Em várias ocasiões, não conseguia carona com os irmãos da própria cidade, e mesmo quando vinha sozinho, o deslocamento até o local de reuniões em Belo Horizonte era desgastante e complicado. Em uma conversa sincera, ele me disse em tom de pesar: “É muito longe, né, Júlio”. Palavras que não revelavam falta de encargo, mas sim a exaustão prática imposta por um modelo centralizado que desconsidera a realidade de irmãos em situações simples. Pouco tempo depois, mesmo desejando continuar, esse irmão acabou se afastando. Não por desânimo espiritual, mas porque o sistema tornou sua participação praticamente inviável.
Certa vez no meu local de trabalho em Contagem, compartilhei o evangelho do reino com uma irmã da própria cidade. Falei com ela sobre a unidade do Corpo de Cristo e a prática da base da localidade, e essa visão a tocou profundamente. Ela foi grandemente encorajada a se posicionar e desejava sinceramente reunir conosco.
No entanto, ao indicar onde ela poderia se reunir, passei o endereço do local de reuniões em Belo Horizonte, pois era ali que a igreja “unificada” da região estava centralizada. Ela chegou a participar de algumas reuniões, mas um incômodo logo surgiu entre nós: “Se a prática bíblica é segundo a base da localidade, porque então só é possível fazê-la indo à Belo Horizonte?” Naquele momento fiquei sem resposta para essa questão legítima.
Além do desconforto com essa contradição, a distância entre sua casa e o local de reuniões também se tornou um obstáculo real. No fim, a estranha prática da “unificação”, que, na realidade, nega a autonomia das igrejas em cada localidade, acabou impedindo essa irmã de seguir adiante. Foi uma perda lamentável causada por uma incoerência estrutural.
Essa experiência me levou a uma reflexão interna que não consegui ignorar:
Como posso eu mesmo pregar o evangelho do reino, que chama as pessoas a uma realidade viva, prática e visível do governo de Cristo, e apresentar a visão bíblica da unidade do Corpo expressa pela base da localidade, mas, ao mesmo tempo, dizer a alguém de Contagem que só é possível praticá-la indo a Belo Horizonte?
Portanto, não se trata de o Senhor não poder, ou não querer, abençoar as cidades da região metropolitana com crescimento, vitalidade e testemunho. O problema está em outro lugar: na comodidade produzida por um modelo centralizado, que isenta de responsabilidade aqueles que possuem condições para frequentar o centro unificado. Quando tudo gira em torno de uma igreja-sede, torna-se fácil deixar de lado o encargo local, abandonar a edificação em sua própria cidade e apenas "consumir" reuniões no centro. Assim, as localidades vizinhas, embora cheias de potencial e de irmãos sinceros, acabaram paralisadas não por falta de vida, mas por falta de responsabilidade. Neste caso, o progresso das expressões locais do Corpo é limitado, não pela ausência de poder divino, mas pelo abandono humano do encargo local que o próprio Deus confiou.
"Se estivermos prontos, definidos, fortes e absolutos pelo propósito do Senhor no caminho da igreja local, Ele levantará outros para se posicionarem conosco. Contudo, se formos neutros e mornos, o Senhor nada fará. Ele odeia a mornidão. Muitos não obtêm a benção do Senhor por serem mornos." (W. Lee - A Expressão Prática da Igreja)
Diante de todo esse cenário descrito, e após uma reunião de partir do pão e compartilhar da palavra ministerial em mutualidade realizada em 07/04/2019, na qual muitos irmãos, mesmo nesse momento de comunhão, expuseram mágoas profundas e evidenciaram divisões internas, eu, que estava na cabine de som fazendo a gravação, tive um sentimento muito forte em meu espírito: quanto mais insistíamos nesse poderoso sistema não-bíblico de unificação metropolitana, mais as divisões aumentavam em nosso meio.
Após essa reunião de domingo pela manhã, senti que estávamos errados; que os rumos que estávamos tomando seriam o de um gravíssimo desvio dos princípios bíblicos, tão forte quanto o desvio de Dong Yu Lan. Dong no sentido universal, nós no sentido local.
O irmão Marcelo, meu tio, que também mora em Contagem, e que igualmente se reunia em Belo Horizonte, entrou na cabine de som logo após a reunião daquele dia 7. Ambos ficamos atônitos com o “espírito” e a atmosfera que se manifestaram naquela manhã. Comentamos juntos:
“Isso está acontecendo porque estamos insistindo em algo que não está na Palavra. A igreja é local. Deveríamos estar nos reunindo em nossas próprias localidades.”
Comentamos esse sentimento com mais alguns poucos irmãos.
Na noite desse domingo eu, o Marcelo, e outro tio meu, ambos de Contagem, fomos a uma reunião de grupo em Belo Horizonte na casa do filho do irmão de Contagem, que era presbítero de Belo Horizonte junto com o Sandro.
Nessa reunião também estava um outro irmão de Contagem chamado Marlon e sua família, recém chegados à vida da igreja.
Ao final da reunião, após o filho do irmão presbítero nos contar a respeito de um sonho que teve sobre divisão, acabamos compartilhando com ele o sentimento que carregávamos desde a manhã e nossa inclinação em buscar comunhão com os presbíteros de Belo Horizonte a respeito desse tema.
Havia, porém, um grande obstáculo: discutir a questão da base local da igreja em Belo Horizonte era algo profundamente escandaloso e proibido, um assunto de "morte" e rebelião. O movimento de alguns irmãos que tentaram levantar essa pauta já havia sido rotulado e consolidado entre nós como “a rebelião da base”.
Logo após compartilharmos esse sentimento e a vontade de buscar comunhão, uma reação intensa e imediata se desencadeou. O simples ato de tocar no tema da base local foi recebido com resistência firme, e insistir nessa pauta resultou em enfrentarmos rejeição, críticas e até isolamento, pois, qualquer tentativa de questionar o sistema estabelecido era encarada como rebelião.
Depois daquele domingo, Marcelo e eu decidimos nos reunir durante a semana em sua casa para examinar os livros do ministério dos irmãos Nee e Lee, a fim de considerar e revisar nossa prática, bem como relembrar os ensinamentos do ministério acerca da base. Desejávamos analisar a situação da Grande Belo Horizonte à luz desses ensinamentos.
A cada página que abríamos, sentíamos um desespero crescente em nosso interior. Nos livros do ministério, desde A Vida Normal da Igreja Cristã, Palestras Adicionais sobre a Vida da Igreja, A Expressão Prática da Igreja e outros, constatávamos que a prática atual na Grande BH estava completamente desalinhada com o que foi estabelecido no Novo Testamento. A cada página virada, como se escamas caíssem dos nossos olhos, o desespero aumentava e fomos tomados de um forte arrependimento em nosso interior.
Reunimos-nos em todos os dias daquela semana. No meio da semana, já tínhamos visto muito. Era preciso reagir diante do Senhor agora, porque ver e ser negligente é muito grave.
Como já era esperado, chegou ao nosso conhecimento que a partir dos relatos do filho do irmão de Contagem, presbítero em Belo Horizonte, quase a totalidade dos irmãos já estavam nos considerando rebeldes e divisivos. Entre eles, surgiram suposições de que isso estava acontecendo porque havíamos tido contato com outros que também eram tidos como rebeldes.
Diante disso, a nossa reflexão imediata foi:
“Se, só por falarmos que queríamos ter comunhão com os presbíteros para expressar esse sentimento a respeito da base local, já nos consideravam assim, então talvez aqueles que, por todo esse tempo, consideramos rebeldes, na verdade não o fossem.”
Decidimos então ir à casa de um desses irmãos, o irmão Alberto, e deixá-lo falar. Voltamos de lá ainda mais perplexos e profundamente arrependidos pelos nossos posicionamentos injustos e não bíblicos nos últimos anos.
Tomamos outra decisão; diante de tudo o que vimos no ministério e mediante os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, precisávamos passar a respeitar e praticar o limite da localidade, ainda que não posicionados de fato, e ao invés de levar o assunto aos presbíteros de BH, decidimos ter primeiro comunhão e expor todo esse sentimento aos irmãos de Contagem.
A nossa disposição era a seguinte:
"Vamos sentar com alguns irmãos experientes de Contagem, expor pra eles o que vimos. Se nessa comunhão eles forem um, prosseguimos e levamos a comunhão adiante para os presbíteros de BH, porém se eles frearem, nós também freamos e nos dedicaremos à oração”.
Entramos em contato com o irmão Sílvio de Contagem, que mora no Centro, para marcar a reunião na casa dele para a sexta à noite. E pedimos a mais dois irmãos que participassem.
A princípio o irmão Sílvio concordou, mas por algum motivo ainda desconhecido, esse irmão denunciou essa reunião ao Sandro, como se fosse uma espécie de conspiração. Em seguida, desmarcou nossa reunião e, junto com Sandro, convocou outra reunião para os irmãos de serviço e presbíteros, marcada para o sábado de manhã no local de reuniões de Belo Horizonte, na qual deveríamos estar presentes.
No sábado, ao chegarmos ao local de reunião, percebemos imediatamente que o clima estava extremamente tenso e carregado. Marcelo não pôde comparecer; portanto, fomos apenas o outro tio e eu enfrentar aquela atmosfera difícil.
Os irmãos evitavam nos cumprimentar, o ambiente era de total desconfiança, e a reunião teve como objetivo nos repreender severamente, numa espécie de julgamento público.
Nesse dia pude sentir na pele aquilo que, até mesmo por cooperação de minha parte, vários outros irmãos já haviam experimentado em Belo Horizonte. Por causa do sentimento de praticar a visão bíblica da base da localidade, e justamente entre aqueles que haviam se retirado do sistema degradado de Dong Yu Lan para voltar à restauração do Senhor, nós fomos fortemente desprezados, combatidos e tão rapidamente considerados como rebeldes.
Mesmo assim, Marcelo e eu não desanimamos, pois, o encargo dentro de nós era muito forte. Nos dias seguintes prosseguimos, continuamos a orar, a buscar luz na Palavra e nos livros do ministério. Contudo, esse outro tio optou por não prosseguir nesse encargo, pois tudo se mostrou demasiado pesado para ele.
Imediatamente após esses eventos iniciais os presbíteros tomaram a decisão de me afastar de qualquer serviço na igreja em Belo Horizonte (música, jovens, som e gravação, etc...) e me colocar sob "quarentena".
O Marcelo e eu resolvemos, então, ir à casa de outro irmão de Contagem, para ter comunhão e apresentar o nosso sentimento a ele. Levamos alguns livros (Palestras Adicionais Sobre a Vida da Igreja, A Vida Normal da Igreja Cristã, A Expressão Prática). O nosso desejo era apresentar a ele o que estávamos vendo no ministério a respeito da base da localidade, expor nosso sentimento e ampliar a comunhão. Esse irmão não se mostrou aberto para o que estávamos tentando dizer e não nos deixou mostrar o que estava nos livros. Suas palavras foram: "Eu não preciso desses livros, eu preciso é de vida", deixando subentendido que o conteúdo dos livros do ministério a esse respeito é morte.
Após a nossa ida à casa desse irmão, ficou claro para nós que todos os irmãos, especialmente os de Contagem, já haviam sido, de certa forma, “advertidos” contra qualquer palavra que pudéssemos compartilhar. O rótulo de rebeldia e ambição havia sido cuidadosamente aplicado sobre nós, de modo que toda e qualquer tentativa de comunhão sincera era automaticamente interpretada como uma ameaça à unidade. A narrativa de que estávamos sendo influenciados por “outros rebeldes” e de que havíamos dado ouvidos a vozes divisivas já havia sido amplamente disseminada. Diante disso, não restava mais espaço para diálogo aberto; qualquer luz que tentássemos compartilhar era imediatamente recebida com suspeita, resistência e desconfiança.
Rapidamente começou a se espalhar entre os irmãos a idéia de que eu e o Marcelo estávamos querendo ser os primeiros a nos posicionar em Contagem, movidos pela ambição de sermos presbíteros e assim impedir o Sandro de nomear algum presbítero vinculado a ele aqui. Acredito que essa visão foi levada às demais igrejas de Minas, aos cooperadores e à obra, antes mesmo de haver qualquer contato entre nós e eles a respeito desse assunto.
Ao longo dos dias tivemos comunhão com alguns irmãos de outras localidades sobre o nosso sentimento de praticar a base.
No dia 28 de abril de 2019, envio uma carta pessoal para os presbíteros de Belo Horizonte, a fim de expressar o meu sentimento e o encargo que o Senhor havia colocado em meu coração: reunir com minha família na cidade de Contagem, onde morávamos, com o propósito de dar testemunho da unidade do Corpo de Cristo em nossa cidade.
Compartilho abaixo o conteúdo integral da mensagem, presente na seção documentos deste site, como testemunho do encargo e da motivação com que tudo começou:
Como resultado desta carta, na mesma semana foi marcada uma "comunhão" com dois presbíteros de Belo Horizonte para tratar o assunto. O Marcelo e eu fomos à essa "comunhão". Os presbíteros presentes eram o irmão da cidade de Contagem e um irmão da cidade de Nova Lima, chamado Vicente, recém chegado a vida da igreja, mas que por sua maturidade e consistência, já ocupava posição no presbiterato. (Aqui vale ressaltar que o presbiterato de Belo Horizonte é unificado, composto de irmãos de várias localidades diferentes, tendo o Sandro, irmão da cidade de Santa Luzia, como o principal entre eles).
Nessa reunião o nosso sentimento sobre praticar a base local obviamente foi rejeitado por ambos.
O irmão de Contagem foi ainda mais enfático ao nos proibir de dar qualquer prosseguimento nesse assunto, e justificou que ele não poderia praticar a base local nem se posicionar em Contagem, dizendo:
“Se eu sair de Belo Horizonte, o Sandro será destruído; e se o Sandro for destruído, a igreja em Belo Horizonte será destruída.”
Segundo ele, caso retirasse seu apoio ao irmão Sandro, os chamados “rebeldes da base” se levantariam com força total para atacá-lo, e isso comprometeria toda a estrutura da igreja na capital.
O irmão Vicente de Nova Lima demonstrou grande preocupação com a questão financeira. Ele disse:
"Mal estamos conseguindo sustentar financeiramente a igreja em Belo Horizonte, como vocês acham que podemos sustentar Contagem também?"
Ele disse isso, pois, nessa época, a igreja em Belo Horizonte era sustentada financeiramente, principalmente através dos irmãos Sandro, de Santa Luzia, e Vicente, de Nova Lima. Não havia participação financeira relevante dos demais irmãos nas questões práticas.
Mesmo após essa reunião, o encargo dentro de nós e tudo o que estávamos vendo no ministério e na BÍBLIA, não nos permitiu parar.
Um argumento muito levantado pelos irmãos presbíteros de Belo Horizonte nesses dias era que a questão da base local da igreja foi algo ao qual o irmão Lee deu ênfase no começo do seu ministério, mas que nos seus últimos anos de vida ele liberou mensagens mais “atualizadas”, “flexíveis” e “equilibradas” sobre essa visão, utilizando como base principal para esse argumento um trecho das páginas 79 e 80 do capítulo 4 do livro "Comunhão acerca da Obra da Restauração do Senhor". Um termo muito utilizado por eles nessa época para descrever nosso sentimento de tomar a posição pela base local, ainda que não houvesse aceitação e concordância de todos, e principalmente aceitação do centro administrativo unificado, foi “localismo”, termo pejorativo usado para expressar a ênfase exagerada ou exclusivista em interesses locais em detrimento de uma visão mais ampla ou unificada.
Ao aplicarem essa etiqueta a nós, insinuavam que nosso posicionamento era fruto de teimosia, regionalismo, orgulho e desobediência.
Nos dias que se seguiram o irmão Marlon, também de Contagem, que havia começado a reunir recentemente conosco, percebendo a movimentação, e orando a respeito, me procurou e então decidi abrir para ele toda a situação. Ele abraçou a visão, e começou a orar e a buscar luz no Senhor juntamente conosco.
Nas semanas seguintes continuamos orando, cada vez com mais intensidade, e o encargo por praticar a visão Bíblica e nos posicionarmos pela base local da igreja, reunir e dar testemunho da unidade do corpo de Cristo na cidade onde moramos aumentou exponencialmente em nosso interior.
Chegando o mês de junho de 2019 estávamos com tanto encargo nessa questão que sentimos a necessidade e o desejo grande de ter comunhão com algum cooperador da obra sobre isso.
Em meados de junho ficamos sabendo que no final de semana dos dias 22 e 23 aconteceria uma conferência das igrejas no Espírito Santo e que o cooperador Scott estaria lá. Nos organizamos e fomos, o Marcelo e eu, a essa conferência no domingo pela manhã. Após a reunião tivemos comunhão com o Scott, que nos orientou a orar mais e a dedicar pelo menos mais dois meses de oração, e que deveríamos deixar o Senhor realizar sua vontade, pois Ele é quem opera em nós tanto o querer, como também o realizar, segundo a Sua boa vontade. Decidimos seguir esse conselho.
No dia 9 de julho, um irmão, de nome Agnaldo, que na época morava no bairro Pindorama em Belo Horizonte, casado com a sobrinha do irmão Alberto, me pediu que fosse com urgência na casa dele, pois ele tinha ouvido por alto sobre os acontecimentos e queria saber o que exatamente e em detalhes estava se passando.
Acreditando ser uma atitude pura, eu compartilhei com esse irmão toda a situação.
Com base em tudo o que ouviu, ele tomou duas atitudes:
No dia 14 de julho, ele começou a enviar mensagens por meio desse perfil falso no WhatsApp. Como eu estava no centro dos acontecimentos, todos os irmãos, naturalmente, foram levados a acreditar que eu era o responsável, mesmo com o padrão de escrita e a linguagem serem totalmente diferentes dos meus.
Nesta mensagem enviada por ele em 28 de julho de 2019, há um trecho em que ele, explicitamente, se passa por mim, conforme destacado em vermelho:
"Olá irmãos!!!
Amém, Jesus é o Senhor!!
Números cap 2 vers 2 em diante trata segundo o reavivamento matinal que estamos estudando, sobre o exército do Senhor, os muros e portas, maravilhoso o livro de Números!!!
Porém, vemos que cada pessoa era posta de acordo com sua tribo, ou seja Cidade, com seu estandarte, ou seja, sua Bandera, triste ver que os irmãos defendendo o testemunho do Senhor, não conseguem ver que o Senhor tem um exército universal, más quando Ele fala de tribo e estandarte Ele expressa Sua vontade de ter Seu testemunho em cada cidade!!!
Lembrando que o estandarte de Belo Horizonte é totalmente diferente de Contagem, Sabará, Betim, etcetera... Mais triste ainda ver irmãos usando o microfone para falarem o que defende os interesses deles e não profetizar Deus aos homens!!!!
Se observarmos bem saberemos que a palavra de tribo e estandarte falados em Números estão falando de cidade e bandeira, porém a palavra “cidade” não é usada para não lembrar os santos do que diz respeito à base da localidade!!!
Irmãos estão sendo engessados para falarem apenas o que querem!!
Manipulando aqueles que ainda não veem com clareza a intenção deles!!!!
Realmente não temos escolha, temos que estar em nossa “tribo”=Cidade Segundo nosso “estandarte”=Bandera da nossa cidade!!!!!
Oh Senhor Jesus retira o véu!!!!
O ESPÍRITO QUE HÁ EM MIM ME DÁ ENCARGO DE LEVANTAR O TESTEMUNHO DO SENHOR EM MINHA CIDADE, ISSO É VISTO PELOS “IRMÃOS” COMO ATAQUE AO TESTEMUNHO DO SENHOR EM BH!
Desde quando levantar o testemunho do Senhor em uma cidade significa atacar o testemunho do Senhor em outra cidade?? Está claro que querem crescer em seu ego e posição más nunca como Igreja!!!!"
Usando esse WhatsApp falso, além de enviar mensagens pesadas e agressivas sobre a situação de Belo Horizonte, ele contatou cooperadores, irmãos de outras localidades de Minas Gerais, ofendeu pessoalmente irmãos anciãos, principalmente o irmão de Contagem que era presbítero em Belo Horizonte, entrou em pesados embates com alguns irmãos, incluindo esse outro tio meu de Contagem sem ser o Marcelo.
Ele e sua esposa me contaram em risos e zombaria o que ele tinha feito e que os irmãos estavam acreditando que era eu. A partir da segunda semana de envio dessas mensagens, ele passa a enviá-las para mim também e a conversar comigo nesse número. Por essa razão tenha a prova de que ele foi o responsável por isso. Se quiser verificar CLIQUE AQUI.
A repercussão disso foi tão negativa que, por exemplo, tomei conhecimento na época de uma irmã idosa e respeitada ter dito, em uma reunião de casa, que por estar fazendo aquilo, eu não era um irmão, era um demônio. (Realmente isso era uma obra demoníaca)
Um outro irmão de uma cidade de Minas Gerais, suspeitando que fosse eu, o questiona nesse WhatsApp falso, "Por que fazer desse jeito irmão?".
Nesse período, o ambiente para nós em Belo Horizonte havia se agravado fortemente. O quadro era de isolamento, afastamento, julgamento. Em todas as mensagens, quando estávamos presentes, havia uma palavra direcionada para a nossa situação. A nossa presença estava prejudicando a atmosfera das reuniões. Decidimos, então, nos reunir em Contagem, durante a semana, nas quartas-feiras, nas casas, ora em minha casa, ora na casa do Marcelo e também na casa do irmão Marlon. Por fim, deixamos de ir às reuniões em Belo Horizonte.
Pelas segundas-feiras, nós três, decidimos nos reunir para orar e passamos a fazer isso com muita intensidade e fervor.
O mês de julho e o início do mês de agosto de 2019 foram de intensas orações e considerações no ministério a respeito do nosso sentimento interior, até que a visão da base consolidou-se em nós, segundo os seguintes pontos fundamentais:
Entendemos que a restauração da vida da igreja requer um retorno radical à base bíblica da localidade e que uma igreja de Deus num lugar compreende todos os filhos de Deus naquele lugar; que há comunhão e entremesclar, mas não há extraterritorialidade em relação às igrejas de Deus, como também não há intraterritorialidade em relação às igrejas de Deus.
A igreja, como Corpo de Cristo em seu aspecto universal, tem suas expressões práticas ordenadas por Deus de forma local, e essa prática é parte essencial do conteúdo da FÉ que nos foi entregue. Trata-se de uma peculiaridade da vida da igreja que não pode ser negligenciada, que não pode ser negociada. Alterações nesse modelo estabelecido pelas Escrituras, ainda que bem intencionadas, representam um sério risco para a vida adequada da igreja, pois abrem espaço para concessões humanas e desvios que, em certos casos, podem se tornar até mesmo instrumentos do maligno. Essa compreensão pode ser confirmada no livro A Peculiaridade, a Generalidade e o Sentido Prático da Vida da Igreja.
Assim, mediante essa visão e o forte guiar do Espírito em nosso interior tomamos a decisão de nos reunir na manhã do domingo, 11 de agosto de 2019, para partir o pão e dar testemunho da unidade do Corpo de Cristo na cidade onde moramos, Contagem MG, retornando assim à base estabelecida por Deus em Sua santa palavra. Amém!
Após a experiência gloriosa e celestial que tivemos no domingo, nos reunimos na segunda-feira, dia 12, para orar e escrever cartas (Via WhatsApp) anunciando o nosso posicionamento para os irmãos de Contagem, Belo Horizonte, cidades da Grande BH e irmãos de algumas cidades de Minas Gerais.
Na terça-feira, dia 13, recebi uma ligação do cooperador Scott e mais dois cooperadores de São Paulo que desejavam ter comunhão sobre a situação. Esses outros dois cooperadores demonstraram muita preocupação com dois aspectos: que eu estivesse agindo com espírito de politicagem e que nós estivéssemos nos posicionando em Contagem movidos pela ambição de ser os primeiros a fazê-lo, a fim de ocuparmos a posição de presbíteros. Mesmo sem nunca termos tido qualquer contato anterior, exceto com o irmão Scott, creio que essa preocupação legítima desses dois cooperadores tenha sido movida por relatos e boatos que estavam sendo amplamente espalhados por certas pessoas de Belo Horizonte.
Nessa ligação os cooperadores me pediram que nós fizéssemos urgentemente uma carta de retratação, voltando atrás na questão da mesa do Senhor e do nosso posicionamento em Contagem, e enviássemos essa carta para todos aqueles a quem tínhamos enviado a primeira carta.
Após essa ligação nos reunimos, oramos e tivemos comunhão, até que no dia 20 de Agosto de 2019, sentimos que, diante do Senhor e diante da verdade estabelecida em Sua Palavra, não poderíamos fazer tal retratação.
O Senhor, então, nos moveu a escrever, não uma carta de retratação, mas sim uma carta de confirmação, desta vez enviada somente aos cooperadores.
Assim, em detrimento a essa nova, diferente e não-bíblica maneira de praticar a base da igreja, adotada em Belo Horizonte, nos posicionamos pela verdade, pela base local e pelo testemunho da unidade do Corpo de Cristo na cidade onde moramos, Contagem MG.
Ainda no domingo, dia 18 de Agosto de 2019, ao final da reunião em Belo Horizonte, dois irmãos de Contagem, o irmão Sílvio, aquele que desmarcou a nossa comunhão em sua casa e a denunciou ao Sandro como se fosse uma espécie de "conspiração" e o irmão Marcos, leram publicamente uma carta contrária ao nosso posicionamento. Segundo eles, essa carta foi assinada também por todos os outros irmãos de Contagem.
Por fim, quero deixar claro aos irmãos que este testemunho não nasce de mágoas pessoais, nem tem como objetivo atacar ou expor pessoas específicas. Trata-se de um clamor sincero pela restauração da normalidade da vida da igreja em nossa região, segundo o padrão das Escrituras e à luz do ministério que recebemos.
Após o nosso posicionamento aqui em Contagem, em 2019, e apesar de circunstâncias difíceis, como o retorno do irmão Marcelo para Belo Horizonte, seguimos reunindo com constância, partindo o pão, praticando a vida da igreja e mantendo viva a chama da comunhão em nosso lar. Eu, minha esposa e minha filha permanecemos até hoje e, segundo a infinita misericórdia do Senhor, permaneceremos nesse posicionamento, em obediência à visão celestial que o Senhor nos confiou, praticando a vida da igreja com singeleza de coração, sobre a base da unidade do Corpo de Cristo na cidade onde nós moramos.
Muitos, ao chegarem a este ponto do relato, podem se perguntar: “Mas por que, então, o irmão Marcelo decidiu retornar a Belo Horizonte após um posicionamento tão firme em Contagem?”
A resposta a essa pergunta revela mais um aspecto profundo da distorção causada por esse tipo de sistema: ele cria uma espécie de válvula de escape. Quando surgem conflitos, dificuldades de relacionamento ou choques de personalidade, o caminho da cruz, do quebrantamento e da reconciliação deveria ser buscado. No entanto, o sistema centralizado oferece uma alternativa imediata, confortável e aparentemente legítima: basta retornar ao “centro metropolitano unificado” e tudo estará resolvido.
A decisão do Marcelo de voltar a reunir em Belo Horizonte, mesmo depois de um posicionamento tão claro em Contagem, ocorreu após uma forte discussão e desentendimento entre nós.
Justamente no momento em que deveríamos tomar a cruz, buscar a reconciliação e mortificar o ego, esse sistema metropolitano de unificação central estava ali, à disposição, pronto para acolher e aliviar o peso da responsabilidade local, substituindo o caminho da cruz na igreja local por uma estrutura organizacional confortável.
O Senhor deseja formar Cristo em nós por meio do Corpo, da cruz e da responsabilidade espiritual. Não por meio de esquemas que atenuam o custo da obediência e nos poupam de tomar a cruz e negar o ego.
O Senhos nos mostrou que uma localidade deve ter somente uma igreja, que uma localidade deve somente ter uma administração. Por isso, devemos estar limitados pela localidade. Se qualquer irmão não é um comigo, devo lavar-lhe os pés e rogar-lhe que seja um comigo. Aqui, há lições para eu aprender; o meu gênio tem de ser tratado. Preciso descobrir a razão pela qual um irmão não deseja ser um comigo, e fazer o máximo possível para ajustar essa situação. (...) A UNIDADE DAS ESCRITURAS É AQUELA DE UMA LOCALIDADE COM UMA IGREJA. Isso torna impossível o não sermos um em cada localidade.
Watchman Nee, Palestras Adicionais Sobre a Vida da Igreja, Cap. 4
JESUS CRISTO É O NOSSO SENHOR! AMÉM!
Nesse trecho abaixo, extraído do livro "Palestras Adicionais Sobre a Vida da Igreja", do irmão Watchman Nee, impresso pela EAV, 8ª edição, capítulo 4, páginas 83 a 87, podemos perceber que não é a primeira vez na história em que um grupo de irmãos decide unificar igrejas em torno de uma capital, que por sua vez torna-se um centro unificado poderoso, com uma administração unificada central. Segue o trecho abaixo:
À época dos apóstolos, as igrejas estavam divididas de acordo com as localidades. Penso que esta questão esteja bastante clara. A igreja em Jerusalém, a igreja em Antioquia, a igreja em Corinto, a igreja em Éfeso, a igreja em Filadélfia e a igreja em Laodicéia estavam todas separadas de acordo com a localidade. A igreja em cada localidade tinha a sua própria administração independente. (...)
A História da Mudança
Mais tarde, depois dos apóstolos, a igreja começou a mudar. As igrejas nas grandes cidades começaram espontaneamente a ter poder. Uma grande cidade naturalmente tinha uma população maior; desta forma, a igreja numa grande cidade tornou-se mais poderosa do que a igreja numa pequena cidade, num lugarejo. A igreja na cidade grande tinha a tendência de absorver as igrejas nas cidades menores e lugarejos, de modo que estas se tornaram seus satélites. Uma se tornou o centro, enquanto as outras se tornaram os acessórios ao seu redor. Como resultado, houve mudanças, não apenas na organização, mas também na administração da igreja. Originalmente, havia vários presbíteros numa igreja. As igrejas nos lugarejos ou pequenas cidades também tinham seus próprios presbíteros. Mas, depois que os apóstolos morreram, um grupo de pessoas na igreja primitiva defendeu um certo tipo de doutrina; isto é, uma vez que os apóstolos morreram, sua autoridade foi comissionada aos presbíteros (ou bispos), e estes representavam os apóstolos. Isto foi um tipo de cortesia. Porque honravam o primeiro grupo de apóstolos era-lhes deselegante designar qualquer outro como um apóstolo. Não ousavam usar o título "apóstolo".
Mais tarde, designaram um dentre muitos presbíteros de uma cidade grande, para ser o bispo. Originalmente, todos os presbíteros eram bispos (supervisores); cada um era um bispo. O termo "presbítero" refere-se à própria pessoa, e "bispo", ao seu ofício. Mas, dentre os muitos presbíteros, escolheram um para ser o bispo. Este bispo, tornou-se o cabeça dos presbíteros de sua localidade, bem como o cabeça de todos os presbíteros das igrejas-satélites.
Esta mudança originou-se na igreja de uma grande cidade, a qual fez de todas as igrejas nas cidades pequenas e lugarejos seus satélites. Posteriormente, o presbítero-chefe saiu da grande igreja e, naturalmente, tornou-se o presbítero-chefe das igrejas-satélites. Foi, então, chamado de “bispo”, que é o mesmo título dado na Bíblia, mas que não corresponde essencialmente àquele da Bíblia. Nesta, os presbíteros eram bispos. Paulo reuniu os presbíteros de Éfeso e lhes disse: "... sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos" (At 20:28). Os bispos, na Bíblia, eram muitos em número; os presbíteros também o eram. Mas, hoje, um é escolhido dentre muitos presbíteros, para tornar-se o bispo. Somente um é o bispo, enquanto os restantes são presbíteros, não bispos. Os presbíteros não têm mais a autoridade de bispos. Os lugares menores foram também unidos e entregues ao governo deste único bispo. Assim, uma mudança ocorreu, de modo que uma pessoa governava sobre muitas igrejas. E então a questão de distritos surgiu.
Este desenvolvimento não parou aqui. Naquele tempo, o Império Romano conquistou o mundo todo, e, naturalmente, entre as muitas igrejas, a igreja na cidade de Roma tornou-se muito grande. A cidade não era apenas grande, mas também a capital. Pessoas de todo o mundo vinham a ela, quando desejavam ver César. A princípio, um bispo governava sobre muitos lugares, o que resultou numa igreja de distrito. Como a cidade de Roma se tornara muito proeminente, disseram: "Somos a capital, e César vive em nosso meio". Conseqüentemente, o bispo da igreja de Roma não só governava sobre os presbíteros da igreja em Roma, mas também sobre os presbíteros do distrito de Roma. E ele não somente se tornou o cabeça dos presbíteros do distrito de Roma, mas também o cabeça dos bispos dos vários distritos. Este era o papa. Tudo resultou de dar a um homem graduações contínuas, até que ele atingisse o topo de uma hierarquia. Hoje, o significado de "bispo", nas denominações, é supervisor. O cabeça de todos os bispos é o papa. Por isso é que todos ambicionam ir a Roma, tornando-se o bispo de lá, pois, uma vez que alguém se torne o bispo de Roma, torna-se automaticamente o bispo de todo o mundo, o cabeça de todos os presbíteros do mundo. Uma vez que alguém se torna o bispo de Roma, imediatamente se torna o papa, representante de Cristo. Esta tendência continuou a desenvolver-se até o quarto século, quando seu desenvolvimento tornou-se completo. Naquela ocasião, "as igrejas", conforme se registra na Bíblia, já não mais existiam; todas se tornaram “uma igreja”. As igrejas de todo o mundo tornaram-se uma igreja. A partir daquele dia, "as igrejas de Deus", como se menciona na Bíblia (1 Co 11:16), não mais existiam e não mais foram mencionadas; "as igrejas dos santos" mencionadas na Bíblia (1 Co 14:33) também não mais existiam, não mais eram mencionadas, e delas não se ouvia dizer. Todas se tornaram a única Igreja de Roma, e todas as igrejas por todo o mundo se tornaram filiais de Roma. Não havia mais igrejas das localidades.
Tinham ou não uma base bíblica? Sua base nas Escrituras era que os filhos de Deus deveriam ser um. Pensavam que o Senhor tinha somente uma igreja nesta terra; portanto uniram-se como “uma igreja”, mas se esqueceram de que na Bíblia havia “as igrejas”.
Ninguém se Atrevia a Discutir a Unidade
Precisamos observar uma condição que prevaleceu depois que a Igreja Católica Romana veio a existir. Já sabemos como a Igreja Romana estava cheia de heresia, ídolos, imundícies e pecados. Então, por que razão, durante mil e cem anos, não houve nenhum irmão ou irmã, na igreja, levantando-se para tratar com essa situação? Será possível que nenhum irmão ou irmã tivesse visto tais heresias? Será possível que não tivessem visto os ídolos? Ou que não tivessem visto os pecados imundos? A partir do quarto século, por mil e cem anos, certamente existiram alguns que viram as heresias, ídolos e pecados imundos; contudo ninguém ousava tratar com eles! Temiam que, uma vez lidando com estas coisas, imediatamente destruíssem a "unidade". "A igreja é uma" e, diziam: "Se começarmos a tratar com os ídolos, a igreja será dividida".
Nesta seção, compartilho com os irmãos os principais pontos que, ao longo desse processo, reencontramos e que nos impactaram profundamente ao reler os livros do ministério com relação à prática da igreja e à base da localidade.
Meu desejo é apenas apresentar, com simplicidade e reverência, aquilo que o Senhor já havia revelado por meio de seus servos, e que, por algum tempo, deixamos de considerar com o devido peso. Creio que esses princípios são fundamentais para a saúde espiritual das igrejas locais e para a manutenção da genuína unidade do Corpo de Cristo.
Segundo o modelo firmado na Bíblia, o limite prático estabelecido por Deus para as igrejas é a cidade. Na Bíblia não existem igrejas menores que a cidade, e não existem igrejas maiores que a cidade; não existem denominações, como também não existem igrejas distritais, unificações, conglomerados, igrejas regionais. Tudo aquilo que vai além ou aquém do modelo estabelecido na Bíblia, ainda que revestido de boas intenções, é INVENÇÃO HUMANA, é INVENÇÃO SATÂNICA.
Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém, e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.
A igreja em Jerusalém, a primeira estabelecida no Novo Testamento, era local e distinta das demais. A igreja não era a igreja de um grupo, de um líder, de uma doutrina, de uma rede, mas a igreja da cidade.
Havia na igreja em Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém... e Saulo.
A igreja em Antioquia, uma das grandes cidades do império romano, ficando atrás em tamanho e extensão somente de Roma e Alexandria, e que foi a primeira igreja a vir à existência após a fundação das igrejas relacionadas com os judeus e os gentios, onde os discípulos foram pela primeira vez chamados "cristãos", era um corpo local de crentes e assim como Jerusálem tomava o limite da cidade como sua jurisdição. Apesar de ser uma grande metrópole e existirem diversas cidades no seu entorno, contudo, não há nenhum registro, nem bíblico e nem histórico que as igrejas tenham produzido alguma espécie de unificação, tornando-se umas parte constituinte de outras. De maneira alguma a Bíblia institui algo dessa natureza.
Atos 15:41 menciona que havia igrejas na Síria (plural). Isso indica que, mesmo que os nomes dessas cidades não sejam listados, existiam outras igrejas locais na região geográfica ao redor de Antioquia.
E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.
Cada cidade com sua própria igreja local e presbíteros locais.
Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja em Cencreia.
Cencreia era uma cidade portuária próxima a Corinto. Apesar de estar próxima a Corinto, não há unificação prática de ambas. A igreja em Cencréia era uma igreja distinta, local.
À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos....
Igreja identificada pela cidade, não por denominação, doutrina ou região.
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que vivem em toda a Acaia.
A igreja na cidade distinta dos santos da região.
Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo...
Igreja identificada pela cidade dos irmãos.
...e à igreja que está em tua casa.
Em cidades onde não havia muitos crentes, os irmãos se reuniam em casas, mas ainda representavam a igreja daquela cidade.
...o que vês, escreve em livro e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodiceia.
Sete igrejas distintas, cada uma em uma cidade específica.
E promovendo-lhes, em cada igreja, a escolha de presbíteros, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor...
Presbíteros (plural) em cada igreja (local). Isso estabelece que o presbitério era plural e local. Cada igreja local tinha a sua prórpia administração.
- Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes e, de cidade em cidade, constituísses presbíteros...
Cada cidade, uma igreja local, com pluralidade de presbíteros.
A peculiaridade da vida da igreja é a fé. (...) Assim, quando dizemos que a peculiaridade da vida da igreja é a fé, referimo-nos ao objeto da nossa crença. É o que chamamos nossa fé cristã. Como cristãos, temos uma fé única.
(...) Por isso, na vida da igreja, temos somente uma coisa que é específica ou peculiar. A fé, a nossa fé cristã, composta das crenças a respeito da Bíblia, Deus, Cristo, a obra de Cristo, a salvação e a igreja.
Com respeito à Igreja
A igreja, composta de todos os genuínos crentes em Cristo, como o Corpo de Cristo (Ef 1:22-23; Cl 1:24), é universalmente uma só (Ef 4:4); e a igreja numa cidade, como a expressão do Corpo de Cristo, é localmente uma — uma cidade, uma igreja (Ap 1:11).
A PECULIARIDADE DA VIDA DA IGREJA
Esses são os seis itens principais da fé cristã adequada. Todos os verdadeiros cristãos não têm qualquer controvérsia acerca desses itens. Alguns podem discordar do item "uma cidade, uma igreja", mas, como cristãos corretos, devemos crer que a igreja é uma só tanto universalmente como em cada cidade. Como o Corpo de Cristo, a igreja é universalmente uma; como a expressão do Corpo de Cristo, a igreja é uma em cada cidade. (...)
A fé é a peculiaridade da vida da igreja. Isso é algo muito específico, muito peculiar. Com respeito a esses tópicos da nossa fé cristã não deve haver discussão. Se formos lutar por algo, teremos de lutar por isso. Não há necessidade de lutar por outras coisas. Temos de combater o bom combate de tal fé (1 Tm 6:12). Temos de contender por tal fé (Jd 3). Temos de ensinar e pregar tal fé.
"A questão sobre onde está o Corpo envolve o assunto da base da igreja. (...) A QUESTÃO DA BASE DA IGREJA É MUITO SÉRIA; É ALGO DE VIDA OU MORTE, NÃO É MERAMENTE ALGO DOUTRINÁRIO." (pág. 13)
"Ver o Corpo envolve bastante a questão da base da igreja. o Corpo é um e esse Corpo único é expresso nas e pelas igrejas locais. Onde está o Corpo? Onde está esse único Corpo? O Corpo está nas igrejas locais. Tanto a realidade do Corpo quanto o sentido prático do Corpo estão nas igrejas locais. Se não tem as igrejas locais, você não tem a realidade do Corpo. Você pode ter a terminologia, o ensinamento, o conceito do Corpo, mas não tem a realidade. Antes da vinda da Nova Jerusalém, a realidade do Corpo não estará na assim chamada igreja celestial ou igreja universal, mas nas igrejas locais. Hoje, a realidade e o sentido prático do Corpo estão nas igrejas locais. Só podemos pôr o Corpo em prática se tivermos as igrejas locais. As igrejas locais são o sentido prático do Corpo." (pág. 23-24)
"Que é uma igreja local? UMA IGREJA LOCAL É UMA REUNIÃO DE CRISTÃOS NA BASE ÚNICA DA UNIDADE EM SUA CIDADE. (...) Uma igreja local são cristãos que vivem numa cidade reunindo-se juntos na base da unidade, a única base da unidade, não em qualquer outra base. Essa é a igreja naquela cidade, e a realidade e o sentido prático do Corpo estão em tal igreja. Se vir o Corpo de tal maneira, você não mais será divisivo." (pág. 25)
"(...) para a existência de uma igreja é essencial que seus membros se reúnam fisicamente. É nesse último sentido que o termo "igreja" é usado em 1 Coríntios 14. As expressões "na igreja" (1Co 14:19, 28) e "a igreja" (1Co 14:23) implicam as reuniões da igreja. Uma igreja é uma igreja reunida. Esses cristãos não estão separados de outros em nenhum aspecto exceto o lugar onde moram. (...) Os cristãos pertencem a igrejas distintas somente pela razão de que vivem em lugares distintos". (pág. 54)
"Naturalmente surgirão perguntas sobre grandes metrópoles como Londres. São consideradas uma só localidade unitária ou mais de uma? Londres claramente não é uma só cidade no sentido bíblico do termo, e não pode, portanto, ser considerada uma unidade. Até mesmo os moradores de Lodres falam de 'ir à cidade', ou 'ir ao centro', o que revela que, no modo de pensar deles, Londres e 'a cidade' não são sinônimos. As autoridades políticas e postais, bem como o cidadão comum, consideram Londres mais de uma unidade. Eles a dividem em burgos e distritos postais. O que eles consideram uma unidade administrativa, nós podemos considerar uma unidade eclesiástica". (pág. 56)
"Não era o plano de Deus unir as igrejas de vários lugares numa igreja só, mas ter uma igreja em cada lugar". (pág. 59)
"Pode haver uniões ou fusões no mundo comercial ou político, mas Deus não aprova agrupamentos de igrejas. Cada lugar deve ter uma só igreja". (pág. 59)
"A intenção de Deus é que uma igreja em qualquer localidade seja uma unidade, e na relação entre as igrejas cada uma preserve seu caráter local." (pág. 60)
"Quando o povo de Deus em todo o mundo realmente vir o caráter local das igrejas, apreciará a sua unidade em Cristo como nunca. As igrejas de Deus são locais, INTENSAMENTE LOCAIS. Se algum fator entrar a fim de destruir o caráter local das igrejas, elas já não serão igrejas bíblicas." (pág. 60)
"Jamais foi o propósito de Deus que várias igrejas se juntassem formando uma denominação ou organização; antes, que cada igreja seja independente. A responsabilidade das igrejas era que fossem independentes; o mesmo se aplica ao governa das igrejas." (pág. 61)
"Quando o Senhor enviou mensagens aos Seus filhos na Ásia, Ele não as endereçou "à igreja na Ásia", mas "às sete igrejas que estão na Ásia" (Ap 1:11) Sua repreensão para Éfeso não se aplicava a Esmirna, pois Esmirna era independente de Éfeso. Não se podia por a culpa em Filadélfia pela confusão em Pérgamo, pois Filadélfia era independente de Pérgamo e o orgulho de Laodicéia não podia ser atribuído a Sardes, visto que Sardes era independente de Laodicéia. Cada igreja permanecia nos próprios méritos e assumia a própria responsabilidade. Uma vez que os filhos de Deus viviam em sete cidades distintas, consequentemente pertenciam a sete igrejas distintas. E visto que cada uma delas era independente da outra, cada uma tinha a própria aprovação, exortação ou repreensão." (pág. 61)
Ap 1:11 - "Dizendo: O que vês, escreve em um livro e envia-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia."
Ap 1:12 - "Voltei-me para ver a voz que falava comigo; e, ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro."
Ap 1:13 - "e, no meio dos candelabros, Um semelhante ao Filho do Homem, vestido com uma veste que chegava até aos pés e cingido, à altura do peito, com um cinto de ouro."
Ap 2:1 - "Ao mensageiro da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz Aquele que tem na Sua mão direita as sete estrelas, Aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro:"
"No Antigo Testamento havia apenas um candelabro com sete hastes, mas no Novo Testamento há sete candelabros distintos. Se a representação do Novo Terstamento fosse a mesma que a do Antigo, então os cristãos nas sete igrejas da Ásia poderiam ter-se unido para formar uma só igreja; porém há agora sete candelabros separados, cada qual sobre sua base, de modo que o Senhor podia andar "no meio dos sete candelabros de ouro" (Ap 2:1). Por isso, embora todas as igrejas estejam sob a autoridade da Cabeça única e expressem a vida do Corpo único (pois são todas feitas de ouro), ainda assim não estão unidas por uma organização exterior, mas cada uma permanece sobre a própria base, assumindo a própria responsabilidade, mantendo sua independência local." (pág. 61)
"Embora sejam igrejas unitárias na administração exterior, ainda assim a vida interior delas é uma só, e o Senhor fez os membros delas membros de um só Corpo. NÃO HÁ ORGANIZAÇÃO EXTERIOR QUE AS AGRUPE NUMA ENORME UNIDADE COMBINADA, contudo, há um forte vínculo interior que as une no Senhor." (pág. 62)
"Toda e qualquer igreja é localmente governada e diretamente responsável perante Deus, e não perante outra igreja ou organização." (pág. 65)
"Deve haver correlação espiritual entre as igrejas se se quiser preservar o testemunho do Corpo, porém deve ao mesmo tempo haver ABSOLUTA INDEPENDÊNCIA DE GOVERNO se se quiser manter o testemunho da Cabeça. Cada igreja está sujeita ao controle imediato de CRISTO, e é diretamente responsável somente perante Ele." (pág. 65)
"Visto que as igrejas de Deus são locais, temos de tomar cuidado a fim de lhes preservar o caráter local, bem como a esfera e os limites locais. Uma vez que uma igreja perde um desses itens, ela deixa de ser bíblica." (pág. 66)
"Outra coisa essencial para preservação do caráter local da igreja é que a sua esfera não pode tornar-se maior do que a esfera da localidade." (pág. 67)
"A razão de Deus não aprovar o estabelecimento de igrejas que ajuntam grupos de cristãos em vários lugares é que a base divinamente ordenada para a formação de igrejas é, desse modo, destruída." (pág. 68)
"Sempre que um líder especial, ou uma doutrina específica, ou algumas experiências, ou um credo, ou uma organização, torna-se um centro que atrai cristãos de vários lugares, então, visto que o centro de tal federação de igrejas não é Cristo, acontece que a sua esfera, ou circunferência, será algo mais do que local. E sempre que a esfera divinamente designada da localidade é substituída por uma esfera de invenção humana, a aprovação divina não pode ali repousar. Os cristãos em tal esfera podem de fato amar ao Senhor, mas tem outro centro que não é Ele, e é mais que natural que o segundo centro se torne o que controla." (pág. 68)
"Por isso, os filhos de Deus têm de ver que não têm um centro de união que não seja Cristo, pois uma união de cristãos que exceda a localidade em torno de um centro que não seja o Senhor faz crescer a esfera da comunhão para além do limite da localidade, e assim se perde a característica específica as igrejas de Deus. Não há igrejas nas Escrituras que não sejam locais!" (pág. 69)
OS BENEFÍCIOS DA INDEPENDÊNCIA
- "Se cada igreja é governada localmente, e toda a autoridade está nas mãos dos presbíteros locais, não há espaço para um falso profeta capaz e ambicioso exibir seu talento organizador, juntando vários grupos de cristãos numa vasta federação, e assim satisfazer sua ambição constituindo-se a cabeça dela. Roma jamais poderia exercer o poder que exerce hoje se as igrejas de Deus tivessem mantido sua base local." (pág. 69)
- "Além disso, se as igrejas retiverem o caráter local, a propagação de uma heresia ou erro será evitada, pois se uma igreja for local, as heresias e erros serão locais também. (...) É comparativamente simples manter um erro em quarentena numa igreja local, mas isolar um erro numa vasta federação de igrejas é outro assunto." (pág. 69-70)
- "A maior vantagem de ter a localidade como limite das igrejas é que isso obstrui toda possibilidade de facção. (...) As facções e denominações só podem ser estabelecidas quando o caráter local da igreja é destruído. (...) Ainda é possível que um espírito faccioso exista numa igreja não facciosa, e somente o espírito de Deus pode lidar com isso." (pág. 70)
"Assim sabemos agora o que é a igreja. Ela consiste em todos os salvos em dada localidade." (pág. 71)
"Sempre que algumas pessoas em qualquer lugar são salvas, espontaneamente tornam-se a igreja nesse lugar." (pág. 71)
"Se, em certa cidade, alguém crê no Senhor é logicamente natural que ele faça parte da igreja nesse lugar; não há outro passo a ser dado a fim de fazer dele constituinte da igreja. Nenhuma afiliação posterior é necessária. Desde que ele pertença ao Senhor, já pertence à igreja nessa localidade; e visto que já pertence à igreja, não há condição alguma para que pertença a ela. (pág. 72)
"Ora, o que se aplica à Igreja Universal aplica-se também à igreja local. A Igreja universal compreende todos os que têm a unidade do Espírito. A igreja local compreende todos os que, em certa localidade, têm a unidade do Espírito. A Igreja de Deus e as igrejas de Deus não diferem em natureza; apenas em extensão. A primeira consiste em todos os que em todo o universo têm em si o Espírito de Deus; as últimas consistem em todos os que numa localidade têm o Espírito em si.
Todo o que deseja pertencer a uma igreja em certa localidade, deve cumprir dois requisitos: ser filho de Deus e morar na localidade em questão. Ser membro da Igreja de Deus é condicionado somente por ser filho de Deus, mas ser membro de uma igreja de Deus é condicionado, primeiramente por ser filho de Deus e, depois, por viver em certa localidade." (pág. 79)
"A localidade é a base divinamente designada para a divisão da Igreja, pois é a única divisão inevitável. TODA E QUALQUER BARREIRA ENTRE OS QUE CREEM É EVITÁVEL, EXCETO ESSA." (pág. 80)
"A maioria dos cristãos está tão cega para a base bíblica de uma igreja que se alguém perguntar: "A que igreja você pertence?", a primeira ideia que lhe vem à mente é a de uma linha específica de ensinamento que ele aprova, ou do grupo de pessoas com que tem comunhão especial, ou de como o seu grupo de cristãos é diferente dos demais, ou talvez o nome específico que o grupo tem, ou a forma de organização que adotam; em suma, tudo menos o lugar onde mora. Poucos responderiam: "Eu pertenço à igreja em Éfeso"; ou: "Eu pertenço à igreja em Xangai"; ou: "Eu pertenço à igreja em Los Angeles". É o fato de estarmos em cristo que nos separa do mundo e é o fato de estarmos em uma localidade que nos separa dos demais cristãos. É só porque residimos em outro lugar que pertencemos a outra igreja. O único motivo de eu não pertencer a mesma igreja que os outros cristãos é que eu não moro no mesmo lugar que eles. SE DESEJO ESTAR NA MESMA IGREJA, ENTÃO TENHO DE MUDAR-ME PARA O MESMO LUGAR. SE, POR OUTRO LADO, DESEJO ESTAR EM OUTRA IGREJA DISTINTA DOS DEMAIS CRISTÃOS DA MINHA LOCALIDADE, A ÚNICA SOLUÇÃO É MUDAR-ME PARA OUTRA LOCALIDADE". (pág. 80)
"Todos os cristãos que vivem numa localidade pertencem à mesma igreja. Esse é um princípio imutável". (pág. 84)
"Devemos sempre manter uma atitude de inclusividade e não de exclusividade, para com os cristãos que estão nas várias facções, pois, assim como nós, eles são filhos de Deus e vivem na mesma localidade; portanto, pertencem a mesma igreja que nós". (págs. 84, 85)
"Uma igreja de Deus num lugar compreende todos os filhos de Deus naquele lugar e não apenas os que têm o mesmo ponto de vista doutrinário". (pág. 87)
"Tudo o que era nosso em Adão foi expulso em Cristo. Toda a questão depende disto: será que todas as diferenças carnais estão eliminadas em Cristo ou ainda há lugar para a carne na Igreja? Acaso nossos recursos em Cristo são suficientes para vencer todas as barreiras naturais? Lembremo-nos de que inclui todos os cristãos que vivem ali e exclui os que vivem em outros lugares". (pág. 89)
"VOCÊ NÃO PODE VIVER NUM LUGAR E SER MEMBRO DA IGREJA EM OUTRO. NÃO HÁ EXTRATERRITORIALIDADE EM RELAÇÃO ÀS IGREJAS DE DEUS". (pág. 90)
A pergunta que Deus faz ao mundo é: "Eles pertencem a Cristo?" A pergunta que Ele faz aos cristãos é: "Onde eles moram?" Não é nacionalidade, e, sim, a localidade que é questionada. As igrejas de Deus são edificadas no limite da cidade e não no limite nacional". (pág. 91)
"A idéia de Deus é que os cristãos numa cidade (...) devem autogovernar-se, autosustentar-se e autopropagar-se". (pág. 91)
"Os que vivem numa mesma localidade não podem deixar de pertencer à mesma igreja. Isso é algo do qual não há escapatória." (pág. 93)
"(...) a base da igreja é composta por dois elementos básicos — a autoridade do Espírito e o limite da localidade. Hoje em dia, existe uma ênfase considerável para com a autoridade do Espírito, mas uma negligência quase que completa quanto ao limite da localidade. A questão da localidade é até propositadamente refutada por alguns, e maliciosamente debatida. Ela, porém, é um teste à realização adequada da prática da vida da igreja". (Prefácio)
"Os filhos de Deus, hoje, percebem que uma pessoa não pode ser a igreja, mas não reconhecem que mil pessoas podem ser talvez apenas mil indivíduos, e não a igreja. Lembrem-se, por favor, de que mesmo dez mil pessoas podem ainda assim permanecer como dez mil indivíduos, e não serem a igreja. Esta, perante Deus, tem outros requisitos. Nós, portanto, como Seus filhos, devemos dar especial atenção à base da igreja." (Cap. 1)
"A Bíblia claramente nos mostra isto: que a igreja pertence totalmente a uma localidade. Tal como a igreja em Jerusalém, Jerusalém é um lugar; a igreja em Corinto, Corinto é um lugar; a igreja em Antioquia, Antioquia é uma cidade; a igreja em Éfeso, Éfeso é um porto marítimo. Na Bíblia, a base da igreja é a localidade onde está a igreja. As igrejas todas tomam a localidade por limite.
Aqui está um ponto importante; por favor, prestem atenção. Se os irmãos e irmãs de Xangai, por exemplo, desejarem posicionar-se sobre a base da igreja, só poderão fazê-lo sobre a base do Espírito Santo e de Xangai. Devem posicionar-se sobre a base do Espírito Santo, mas também devem posicionar-se sobre a base de Xangai, porque Xangai é a localidade ONDE MORAM. Uma vez mudada a localidade, imediatamente você perderá a base da igreja." (Cap. 1)
"Na Bíblia, somente a menor unidade administrativa tem uma igreja, somente uma localidade ou uma cidade tem uma igreja. A IGREJA DE UMA LOCALIDADE NÃO PODE UNIR-SE COM A IGREJA DE OUTRA LOCALIDADE, PARA AMBAS SE TORNAREM UMA IGREJA. Cada cidade só pode ser ajustada a uma igreja, assim como um esposo só pode ser combinado com uma esposa." (Cap. 1)
"Todo o Novo Testamento fala-nos uma coisa: a igreja é local. Precisamos ver que ela é local. Nas epístolas, observamos a igreja em Corinto (l Co 1:2), a igreja em Cencréia (Rm 16:1). Em Apocalipse notamos as sete igrejas na Ásia (Ap 1:4). Em cada localidade, há somente uma igreja. A igreja não pode desvincular-se da localidade e ser independente." (Cap. 1)
"SE VOCÊ NÃO DER IMPORTÂNCIA AO LIMITE DA LOCALIDADE, TUDO ESTARÁ TERMINADO. SE O MENOSPREZAR, ENTÃO VOCÊ NÃO TERÁ A BASE." (Cap. 1)
"A localidade é a jurisdição da qual você jamais pode afastar-se; você só pode submeter-se. Os homens não têm liberdade alguma quanto à jurisdição da localidade estabelecida pelo Espírito Santo." (Cap. 1)
Se, nos últimos dois mil anos, as pessoas da igreja estivessem dispostas a ser limitadas pela localidade, não teria havido tantas dificuldades e tanta confusão. Se o homem tivesse se submetido à autoridade de Deus, tanto o Catolicismo quanto o Protestantismo jamais poderiam estabelecer-se. (...) Todas teriam sido restringidas pelo limite da localidade." (Cap. 1)
"Quanto MAIS CLARA É A BASE DA IGREJA, mais ricas são as bênçãos espirituais. Principalmente nesses últimos dois anos, temos visto que Deus definitivamente abençoou a base da igreja. Muitos irmãos e irmãs começaram a perceber a diferença entre o caminho do individualismo e a base da igreja. Você pode ver a bênção do Senhor, porque a autoridade do Espírito Santo está em todos os membros, levando-os a servir a Deus em coordenação, e não em atividades individuais." (Cap. 1)
"Os dois maiores erros cometidos pelo homem são: 1. Querer ter uma igreja maior do que a cidade ou a localidade; querer unir muitas igrejas em diferentes localidades e fazer delas uma grande igreja, maior do que a localidade. (...) 2. Por outro lado, as pessoas desejam ter uma igreja menor do que a cidade ou a localidade. Desejam dividir uma localidade em muitas "igrejas", muitas "assembléias", muitas "congregações", ou igrejas em casas", usando este último como um maravilhoso título. Mas estas são todas da mesma natureza, isto é, servem para causar divisões, para estabelecer suas próprias seitas segundo a carne." (Cap. 2)
"Um pouco da nossa desobediência hoje, se o Senhor adiar a Sua vinda, resultará numa bifurcação no percurso da igreja cem anos depois. Desejaria que os irmãos orassem por nossos irmãos com jejuns, para que Deus possa converter seus corações." (Cap. 2)
"Se a localidade é a unidade, então: 1) A igreja que une várias localidades é errada; 2) as divisões fragmentárias numa só localidade também são erradas." (Cap. 2)
"Na Bíblia, nenhuma igreja é maior do que a localidade ou cidade; nem tampouco igreja alguma é menor do que a localidade ou cidade. Uma localidade é o lugar onde as pessoas se juntam e moram juntas. Desde que a localidade é um lugar onde as pessoas se juntam e moram juntas, ela é, segundo a Bíblia, o limite da igreja. As pessoas que moram juntas em uma localidade podem ser independentes de outras localidades. Não é uma questão de número de pessoas (cristãos), mas é questão de localidade. A razão de se separarem não se baseia no amor, mas na localidade. A razão pela qual Deus permite que a igreja esteja separada é a localidade." (Cap. 2)
"A questão da localidade corta a carne do homem até à parte mais profunda." (Cap. 2)
"À época dos apóstolos, as igrejas estavam divididas de acordo com as localidades. (...) A igreja em cada localidade tinha a sua própria administração independente. Sendo assim, na Bíblia, Atos 14:23 nos diz: "...promovendo-lhes em cada igreja a eleição de presbíteros...", e Tito 1:5 diz: "...bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros...". Os presbíteros destinam-se à igreja, e a igreja está numa cidade. Assim, os presbíteros destinam-se à igreja numa cidade. A igreja toma a cidade como unidade; caso contrário, os presbíteros de uma cidade cuidariam de várias igrejas, ou os presbíteros de uma igreja cuidariam de várias cidades. O limite da cidade, portanto, se iguala ao limite da igreja; e o limite da igreja se iguala ao limite da administração dos presbíteros. Isto é bem evidente." (Cap. 4)
"AS IGREJAS, NOS DIAS PRIMITIVOS, NÃO TINHAM NENHUMA OUTRA UNIDADE DE IGREJA EM MAIOR ESCALA. À época dos apóstolos, as Escrituras reconheceram a existência de "igrejas" nesta terra, mas não as uniu para que se tornassem "uma igreja". Havia as "igrejas", mas não sua união, para serem uma igreja, no singular." (...) Os apóstolos não uniam as igrejas na terra, para que fossem uma igreja; caso contrário, esta expressão "as igrejas de Deus" não existiria. Lembre-se de que l Coríntios capítulos onze e catorze sempre dizem "as igrejas" isto é o mesmo que dizer: as igrejas de Deus na terra são locais. Não reuniam todas as igrejas de Deus na terra em uma única igreja. Esta era a situação à época dos apóstolos. (Cap. 4)
"Mais tarde, depois dos apóstolos, a igreja começou a mudar. As igrejas nas grandes cidades começaram espontaneamente a ter poder. Uma grande cidade naturalmente tinha uma população maior; desta forma, a igreja numa grande cidade tornou-se mais poderosa do que a igreja numa pequena cidade, num lugarejo. A igreja na cidade grande tinha a tendência de absorver as igrejas nas cidades menores e lugarejos, de modo que estas se tornaram seus satélites. Uma se tornou o centro, enquanto as outras se tornaram os acessórios ao seu redor". (Cap. 4)
"A Bíblia alguma vez disse que existe apenas uma igreja na terra? Não; a Bíblia nos mostra que o que Deus estabelece na terra são as igrejas, conforme mencionamos, isto é, uma igreja em cada localidade. Aqui está uma questão importante, que devemos considerar diante de Deus: na Bíblia, as igrejas existiam em muitas localidades; Deus jamais as reuniu para serem uma igreja." (Cap. 4)
"Agora iremos em frente, a fim de ver por que enfatizamos tanto a expressão da unidade na localidade. É que a igreja na Bíblia é a igreja local. Falamos isto por muitos anos, e mesmo agora continuamos a repeti-lo inúmeras vezes. A igreja, na Bíblia, é local. NENHUMA EXCEÇÃO, SEQUER, PODE SER VISTA EM TODO O NOVO TESTAMENTO." (Cap. 4)
"Se estou em determinada cidade, não importa como me sinto acerca dos que lá se reúnem como a única igreja e como me tratam, eu não tenho escolha. Tenho de aprender a lição da cruz. Preciso aprender a lição do quebrantamento e de me negar." (pág. 27)
"Pela sabedoria e soberania do Senhor, onde quer que haja uma igreja local, essa tem de ser a única expressão do Corpo do Senhor na cidade. Se quisermos permanecer naquela cidade, precisamos ser um com aquela igreja. Então, aprenderemos as lições e não haverá divisões, portas dos fundos ou "saídas de emergências". Todos os lados estarão fechados. Precisamos ser restringidos. Mas, louvado seja o Senhor, é por essas restrições que somos protegidos. A expressão da Igreja são as igrejas locais, e uma igreja local é sempre única. É essa única expressão da igreja em cada cidade que nos é uma lição e restrição, assim como uma proteção." (pág. 28)
"Em 1965, nas reuniões de treinamento em Los Angeles, o Senhor impressionou-nos com duas pequenas frases que nunca esquecemos: no espírito e na base. Uma deve ser a nossa vida, e a outra, a nossa posição." (págs. 29, 30)
"DEVEMOS NOS "APEGAR" À IGREJA LOCAL. NÃO IMPORTA O QUE OS OUTROS ENSINEM, NÃO DEVEMOS SER DISTRAÍDOS. SE DERMOS ATENÇÃO A QUALQUER TIPO DE ENSINAMENTO, SERÁ EXTREMAMENTE FÁCIL SERMOS LEVADOS POR QUALQUER VENTO DE DOUTRINA PARA LONGE DA UNIDADE DO CORPO. PRECISAMOS SER PELA IGREJA LOCAL, NADA MAIS." (pág. 45)
"Oh! Como precisamos ver a importância da base! É somente pela base que a unidade da igreja pode ser mantida. E é somente pela base que podemos aprender as lições de que necessitamos a fim de experimentarmos a realidade e o aspecto prático da vida da igreja. Sem a base, é impossível termos a vida da igreja." (pág. 73)
"Há mais de cinquenta anos, desde 1922, o inimigo não tem cessado de atacar a restauração do Senhor. Durante os últimos anos nos Estados Unidos, os ataques têm sido sempre focalizados em dois pontos: O ESPÍRITO E A BASE DA IGREJA. O inimigo tem tentado ao máximo derrotar-nos em relação à nossa experiência do Espírito e à nossa prática da base da igreja. Aqui vemos a sutileza do inimigo. O que o inimigo ataca são os pontos cruciais. Se o inimigo for atacar algum ponto específico, esse tem de ser um ponto vital." (pág. 7)
"A carta à igreja em Éfeso é uma carta à cidade de Éfeso. Assim, a igreja em Apocalipse não é a igreja universal, mas a igreja numa cidade, uma igreja local. A intenção de Deus é produzir a igreja por meio de Cristo e fazê-la experienciável de uma maneira prática e expressada nas igrejas. No Novo Testamento, dois pontos estão muito claros: que a igreja é prática nas igrejas e que cada igreja deve ser equivalente à cidade onde ela está. Em outras palavras, cada cidade tem de ter somente uma igreja." (pág. 11)
"Atos 14:23 diz que os apóstolos ordenaram presbíteros em cada igreja, e Tito 1:5 diz que presbíteros foram ordenados em cada cidade. Porquanto uma igreja equivale a uma cidade, os presbíteros da igreja são os presbíteros da cidade. Em cada cidade só deveria haver um único presbitério. Como já enfatizamos, no último livro da Bíblia as igrejas são mencionadas relacionadas às cidades. Aquilo que João viu, ele escreveu num livro e enviou-os às sete igrejas em sete cidades. Enviar o livro às sete igrejas equivale enviá-lo às sete cidades onde as igrejas estavam (Ap 1:11)". (pág. 12)
"A igreja no universo é uma, mas essa igreja tem de ser expressada na prática na terra nas cidades onde os santos estão." (pág. 13)
"Aos olhos de Deus, confusão é fornicação. Fornicação significa que os santos não tem uma relação correta um com o outro de acordo com o PRINCÍPIO GOVERNANTE DE DEUS. Toda vez que um homem relaciona-se com uma mulher fora da restrição do PRINCÍPIO GOVERNANTE DE DEUS, isso é fornicação. ESSA FORNICAÇÃO GERA CONFUSÃO, E CONFUSÃO SIGNIFICA DIVISÃO." (pág. 13)
"A igreja é um candelabro de ouro puro, e não pode tolerar qualquer mistura. Todos precisamos ser purificados. Precisamos orar, dizendo: "Senhor, faça-me puro. Agora que estou na Tua restauração, peço-Te que me purifiques." (pág. 118)
Esta seção reúne documentos importantes que marcaram a trajetória descrita nesse site. São cartas e registros importantes para quem deseja conhecer os fatos, posicionamentos e outros registros que servem como testemunho.
Quero ser o mais claro possível. Já houveram muitas igrejas na restauração do Senhor, ao longo dos anos, que tiveram presbíteros que não moravam dentro dos Limites da cidade em que a igreja estava. O irmão Lee sempre esteve bem ciente desse fato e deixou bem claro para todos que isso não eram um problema. Isso não é um requisito para a liderança. Atualmente, um dos principais presbíteros da igreja em Anaheim não vive em Anaheim. Na verdade, quando ele volta para sua casa, ele passa por duas cidades que são subúrbios de Anaheim antes de chegar a sua casa, que fica em uma área mais rural. Onde ele mora não é uma área delimitada como cidade. Ele vive em uma área rural e mora lá por quase 20 anos. O irmão Lee pessoalmente o apontou esse irmão para liderança e estava plenamente ciente de onde ele morava. Não há nada nas escrituras que diz que, os irmãos que tomam a frente da igreja, precisam morar dentro dos limites da cidade onde igreja está. Em NENHUM lugar na Bíblia isso é dito. Há muitas outras igrejas nos Estados Unidos que tem a mesma situação. Muitas vezes, por causa do emprego ou escola para os Filhos ou outras razoes, um irmão responsável não consegue morar na cidade onde a igreja é. Isso não é um problema. Não há base bíblica para dizer que isso é errado. Suspeito fortemente que aqueles que estão criando caso usando esse argumento não estão qualificados para estar na liderança. Onde você mora não faz de você um irmão responsável. É uma questão do crescimento em vida e seleção do Senhor, e algo reconhecido pelos santos. O irmão Sandro foi plenamente reconhecido pelos santos em Belo Horizonte, assim como pelos cooperadores da obra no Brasil. Isto nada mais é senão um ataque do inimigo (Satanás) contra a igreja em Belo Horizonte. O inimigo vem por intermédio de carne e sangue para tentar danificar o testemunho de Jesus. Repito mais uma vez, que em muitos lugares existem irmãos responsáveis (presbíteros) que não moram dentro dos limites da cidade, onde a igreja está. Isso nunca foi um problema na restauração do Senhor, nem para o irmão Nee ou irmão Lee. Além disso, não há NENHUMA BASE nas escrituras para argumentar isso. Devemos guardar os muros de Jerusalém. SHERMAN ROBERTSON
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“Ser batizado por imersão e deixar as denominações não são grandes coisas; são apenas dois itens entre os milhares que exigem nossa obediência. A coisa principal na Bíblia é a obediência.” (Watchman Nee, 4 de dezembro de 1932)
No link abaixo, compartilho com os irmãos um documento que escrevi em 12 de abril de 2019 e que, na época, foi enviado apenas a alguns poucos irmãos. Meu desejo era, e continua sendo, viver a vida da igreja em normalidade e em obediência à Palavra e à ordem divina revelada nas Escrituras.
Resgatando o testemunho fiel do irmão Watchman Nee, expus neste texto a luz que recebi naqueles dias sobre o desvio da base bíblica da igreja; um desvio que, em nosso tempo, tem comprometido profundamente a realidade espiritual e prática das igrejas em nossa região.
📄 BAIXAR DOCUMENTO COMPLETOAmém irmãos Sandro, Zinho, Denison e Vicente! Jesus é o nosso Senhor!
"Nas Escrituras, há um só fluir, uma corrente divina", e portanto precisamos manter-nos nesse único fluir. A visão recebida pelo apóstolo Paulo no caminho de Damasco o introduziu nessa única corrente da obra do Senhor, e o seu comissionamento e consagração, sempre foram para esse único fluir da obra do Senhor e sempre resultaram nesse único fluir.
A visão que recebemos, o comissionamento a que somos confiados e a nossa consagração nesse "aposento superior" são para o único fluir da obra do Senhor. Louvado seja o Senhor porque hoje nós, míseros pecadores, fomos alcançados por esse único fluir.
Diante disso, gostaria de dizer que SOU UM COM OS IRMÃOS EM CRISTO, E JUNTOS SOMOS PARA ESSE ÚNICO FLUIR.
Também quero expor a vocês o que tem ardido dentro do meu coração nos últimos dias e que entendo ser o comissionamento do Senhor:
Aprecio grandemente os arranjos do Senhor na sua igreja em nossa região e aprecio grandemente o fato de que todos nós, depois de termos recebido o comissionamento do Senhor, estejamos nos consagrando ao Senhor em favor da sua obra na igreja local em Belo Horizonte, porém, nos últimos dias, o Espírito Santo tem ardido dentro do meu ser e tem me impelido para que eu me consagre, juntamente com a minha família, em favor da obra do Senhor na cidade onde moro, Contagem. O Espírito tem queimado no meu interior para que eu e a minha família (esposa e filha) nos reunamos para desfrutar e propagar o Cristo, ressurreto, ascendido e todo-inclusivo e para dar testemunho da unidade do Corpo de Cristo na cidade de Contagem.
Desde já gostaria de deixar claro aos irmãos que não almejo ao presbiterato e a nenhum tipo de posição na igreja local.
Também quero enfatizar que entendo que este é um chamamento PESSOAL. Os irmãos de Contagem e de toda da região metropolitana de Belo Horizonte têm a liberdade de continuarem se consagrando à obra do Senhor na cidade de Belo Horizonte, reunindo em Belo Horizonte e até mesmo servindo administrativamente em Belo Horizonte.
Aprecio o fato que o irmão Zinho more em Contagem e se reúna na cidade de Belo Horizonte e até mesmo seja presbítero na igreja em Belo Horizonte. Ao meu ver isso deve continuar. O Senhor o colocou nessa posição. Não vejo problema nenhum em que um irmão que more em uma localidade se reúna e até mesmo supervisione a igreja em outra localidade. Deus coordena os membros no Corpo de acordo com a Sua vontade. Sou um com os irmãos presbíteros de Belo Horizonte, e sempre lutarei diligentemente para preservar a unidade que temos em Cristo. A nossa unidade deve ser mantida até mesmo a preço de nossa própria vida.
Esse comissionamento não implica em que não tenhamos mais comunhão; muito pelo contrário, a nossa comunhão, agrupamento e entremesclar devem ser ampliados tão fortemente, quanto mais se aproxima o dia do Senhor. O ENTREMESCLAR é a maneira divina para que as igrejas entrem na realidade do Corpo de Cristo. Isso é urgente a todos as igrejas, não só em Belo Horizonte, mas em todo lugar onde for possível e prático.
Diante do exposto acima gostaria de dizer aos irmãos que o meu desejo é que a partir do próximo domingo (05/05/2019), eu já possa obedecer e praticar o encargo do Espírito Santo no meu interior, de modo que eu já esteja nesse dia reunido com a minha família para dar testemunho da unidade do Corpo de Cristo em Contagem. Porém não desejo fazer nada, sem que primeiro eu tenha a benção de vocês, irmãos. Vejo que a benção dos irmãos é extremamente importante para que possamos continuar mantendo a unidade, o entremesclar e a comunhão, nesse único fluir. Tudo é para o Corpo, e o Corpo é para a propagação desse Cristo maravilhoso, ressurreto, ascendido e todo-inclusivo.
AMO VOCÊS, IRMÃOS!
Em Cristo, Irmão Júlio.
▲ Voltar ao testemunho
À igreja de Deus, os santificados em Cristo Jesus, os santos chamados, que estão na cidade de Belo Horizonte graça e paz sejam convosco em Cristo Jesus nosso Senhor!
Gostaríamos de comunicar-lhes que neste último domingo, 11 de agosto de 2019, estivemos reunidos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo e movidos pelo Espírito, para dar testemunho da unidade do Corpo universal de Cristo na cidade onde moramos, Contagem - MG.
Amamos todos os santos e desejamos estar em plena unidade com todos os filhos de Deus na cidade onde moramos e em toda a terra, assim como o Senhor Jesus orou em João 17, pois cremos que o Senhor ordena a Sua benção nessa unidade, e repudiamos toda e qualquer pratica divisa que traz dano à edificação do Corpo de Cristo.
Cremos que a edificação da igreja em Contagem é também a edificação do Corpo universal de Cristo, pois não há separação ou distinção entre ambos.
Somos um com o ministério do Novo Testamento, somos um com o ministério dos nossos amados irmãos Watchman Nee e Witness Lee, e também somos um com todos os cooperadores deste ministério, e cremos que o Espírito é que os têm guiado e conduzido, segundo a maneira que Deus ordenou. Somos um com todas as igrejas e com todos santos e filhos de Deus espalhados em toda a terra.
Declaramos que não temos nenhum nome especial além do nome do nosso Senhor Jesus Cristo que é o nosso marido. Declaramos que não temos e não desejamos ter nenhuma prática especial facciosa ou divisa. Cremos que a igreja em Contagem deverá ter somente uma administraçao e nenhuma outra que cause separação e confusão da única administração da igreja na localidade em que estamos. Nos encontramos dispostos e ardentemente desejosos para ter comunhão com todas as igrejas locais no Corpo universal de Cristo. E repudiamos qualquer ligação oculta com qualquer organização humana.
Em Cristo,
Júlio Zanelato, Marcelo de Paula e Marlon Ferreira.
À igreja de Deus, os santificados em Cristo Jesus, os santos chamados, que estão na cidade de Contagem, graça e paz sejam convosco em Cristo Jesus nosso Senhor!
Gostaríamos de comunicar-lhes que neste último domingo, 11 de agosto de 2019, estivemos reunidos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo e movidos pelo Espírito, para dar testemunho da unidade do Corpo universal de Cristo na cidade onde moramos, Contagem - MG.
Assim como cada tribo no arraial de Israel tinha a sua posição definida segundo a ordem estabelecida pelo próprio Deus, cremos que fomos colocados por Ele nessa cidade para levar a cabo o seu propósito, segundo sua economia, dando pleno testemunho, aqui, do Corpo universal de Cristo.
O Senhor deseja ter em todas as cidades da terra uma plena expressão que seja Seu complemento, Sua noiva, e o Seu guerreiro para lutar pelos Seus interesses.
Sendo assim, convidamos a todos os irmãos, os filhos de Deus que moram nessa cidade que se unam a nós para juntos darmos esse testemunho pleno e edificar a igreja.
Amamos todos os santos e desejamos estar em plena unidade com todos os filhos de Deus na cidade onde moramos e em toda a terra, assim como o Senhor Jesus orou em João 17, pois cremos que o Senhor ordena a Sua benção nessa unidade, e repudiamos toda e qualquer pratica divisa que traz dano à edificação do Corpo de Cristo.
Cremos que a edificação da igreja em Contagem é também a edificação do Corpo universal de Cristo, pois não há separação ou distinção entre ambos.
Somos um com o ministério do Novo Testamento, somos um com o ministério dos nossos amados irmãos Watchman Nee e Witness Lee, e também somos um com todos os cooperadores deste ministério, e cremos que o Espírito é que os têm guiado e conduzido, segundo a maneira que Deus ordenou. Somos um com todas as igrejas e com todos santos e filhos de Deus espalhados em toda a terra.
Declaramos que não temos nenhum nome especial além do nome do nosso Senhor Jesus Cristo que é o nosso marido. Declaramos que não temos e não desejamos ter nenhuma prática especial facciosa ou divisa. Cremos que a igreja em Contagem deverá ter somente uma administraçao e nenhuma outra que cause separação e confusão da única administração da igreja na localidade em que estamos. Nos encontramos dispostos e ardentemente desejosos para ter comunhão com todas as igrejas locais no Corpo universal de Cristo. E repudiamos qualquer ligação oculta com qualquer organização humana.
Em Cristo,
Júlio Zanelato, Marcelo de Paula e Marlon Ferreira.
Amados irmãos Scott, Laerte e Márcio, graça e paz!
Primeiramente gostaríamos de agradecer aos irmãos pelo carinho e cuidado que têm tido para conosco e com as igrejas.
Em relação ao nosso posicionamento aqui em Contagem para reunirmos tomando como limite a cidade onde moramos, gostariamos de dizer aos irmãos as seguintes palavras: "Não servimos para mais nada. Estamos completamente estragados. Não temos outra escolha!" (W. Lee, A Expressão Prática da Igreja, p. 86) Estamos completamente vendidos à visão que o Senhor nos concedeu.
"Oh! Irmãos, que o Senhor seja misericordioso para conosco! Ninguém pode forçar-nos a tomar este caminho, contudo, se o virmos, ninguém poderá forçar-nos a deixá-lo. Ele é tão precioso que jamais devemos deixá-lo. Se o fizermos, simplesmente não teremos como prosseguir como cristãos. A única maneira de seguirmos o Senhor de modo absoluto é seguirmos o caminho da igreja local", dando pleno testemunho da igreja na cidade onde nós moramos. (W. Lee, A Expressão Prática da Igreja, p. 89)
Salientamos: ninguém pode forçar ninguém a tomar este caminho, contudo ninguém pode forçar ninguém a deixá-lo.
"Enquanto nos posicionarmos de conformidade com a Bíblia e tivermos um espírito de sermos um com o Senhor, posteriormente a situação será esclarecida e dissipadas serão as dúvidas a respeito da verdade. Se os outros aceitam ou não a verdade, é responsabilidade deles. Não somos responsáveis por isso. O nosso encargo hoje é pela restauração do Senhor." (W. Lee, O Que Você Precisa Saber Sobre a Igreja, p. 18)
Queridos irmãos, diante disso e da orientação que tivemos no Senhor, sentimos que não há mais necessidade de qualquer tipo de comunhão a respeito do nosso posicionamento, e sentimos que tal tipo de comunhão, ocorrendo principalmente durante o treinamento, poderia afetar a esfera e atrapalhar alguns santos do encargo deste. Ainda assim nos encontramos abertos à comunhão e as nossas casas estão abertas aos irmãos.
Em Cristo,
Marcelo de Paula, Marlon Ferreira e Julio Zanelato.
Igreja em Contagem
▼▼ VEJA A TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO ABAIXO: ▼▼
"...Indo pouco a pouco, intensificando o Seu dispensar e a Sua edificação em nosso meio. Graças ao Senhor!
E pela comunhão, pela espontaneidade da condução do Espírito o Senhor tem conduzido os santos das cidades vizinhas a estarmos congregando juntos, para reforçarmos esse testemunho do Senhor e essa comunhão do Espírito, e podemos testificar que temos tido a comunhão do Espírito, que o Espírito tem fluído e nos abençoado pela Sua grande misericórdia.
E nós, de Contagem, temos tido esse sentimento de estarmos aqui com os irmãos de Belo Horizonte.
Podermos estar aqui, santos?
Graças ao Senhor! Por estar na comunhão mútua e desfrute mútuo do Senhor, o Senhor tem nos conduzido de tal maneira.
Outrora, no início da restauração, os irmãos, nas palavras e literaturas, foram muito enfáticos em relação à base da localidade.
Depois, já no final do ministério, O IRMÃO LEE EQUILIBROU UM POUCO ESSA QUESTÃO: a base da localidade não é para produzir divisão. Nós vamos ver na carta. Cita na carta alguns trechos do ministério.
A base da localidade visa a unidade. Como vimos aqui: Há um só Corpo. A igreja é o Corpo.
Há quantas igrejas há na terra, irmãos? Uma única igreja.
Por causa da praticidade nós podemos estar reunindo cada um em sua localidade, mas há uma só igreja. O Senhor tem uma só noiva e um só corpo. Louvado seja o Senhor!
Nós vamos ler essa carta. Cita alguns trechos do ministério e o posicionamento dos santos em Contagem, contrariando o que alguns irmãos, de forma obstinada, tomaram o camminho e estabelecerem a mesa lá.
Nós não estamos aqui declarando que somos inimigos dos irmãos. Assim como amamos todos os irmãos de todos os grupos cristãos estabelecidos em toda a terra, que são cristãos, são nossos irmãos amados, mas nós estamos dando a posição dos irmãos de Contagem em relação a essa situação.
Eu (Sílvio) vou ler um trecho, o irmão Marcos vai ler outro e vamos concluir aqui."
Amados irmãos, a todos que possam interessar,
Deus é nossa testemunha de que, de livre e espontânea vontade, escrevemos e assinamos esta carta.
Diante do último fato ocorrido na restauração do Senhor em nossa cidade de Contagem, debaixo do encabeçamento de Cristo e da autoridade do Espírito Santo, vimos publicamente manifestar o nosso posicionamento com respeito a toda a situação presente, ou seja, o estabelecimento da mesa do Senhor em nossa cidade, por iniciativa de dois irmãos: Júlio Zanelato e Marcelo José de Paula, que estavam no nosso meio.
O Senhor tem nos conduzido a reunirmos junto com os irmãos de Belo Horizonte, procurando assim fortalecer o testemunho do Senhor nessa cidade, e por conseguinte em nossa região, até que tal testemunho seja prevalescente em nosso meio.
Assim como fizeram as duas tribos e meia de Israel, que atravessaram o Jordão para ajudar os irmãos na conquista da terra. Após a terra ser conquistada, estas tribos voltaram para sua própria terra.
Este é o coração que nos tem movido a tomar tal atitude, e encontramos pleno respaldo nos escritos do ministério, que veremos.
Citação do Ministério – Livro: "Apreciando as Riquezas de Cristo para a Edificação da Igreja Como o Corpo de Cristo"
Capítulo 13 – Sessão 7
"Pode haver apenas 10 crentes vivendo em uma cidade, 10 em uma cidade próxima e mais 10 vivendo em outra. Se todas as três cidades estiverem próximas umas das outras, elas podem se reunir para se encontrar. Não há necessidade de ser legal.
Alguns podem dizer que “precisam tomar o lugar da localidade”, que os 10 de uma cidade deveriam ser a igreja daquela cidade, e os 10 das outras, a igreja nas outras cidades. Isso é mera legalidade.
Vou repetir, irmãos: isto é mera legalidade. E também pode ser uma desculpa para fazer uma divisão.
Alguns podem não gostar de estar com alguns outros, e então eles podem usar essa desculpa para se encontrarem sozinhos.
Não se esqueça de que a base da localidade é para a unidade.
Ao se unirem, os 30 santos que vivem nas três cidades próximas podem achar que são pequenos demais, e precisam se unir como uma expressão para o impacto; isso está absolutamente certo. Então, quando eles crescem de 30 para 200, o Senhor pode levá-los a ser três expressões locais separadas nas três cidades; isto também está certo. Porque eles ainda serão um. Quer todos nos unamos ou fiquemos em três cidades com expressões separadas, ainda somos um. Não há divisão ou elemento de divisão. Todos somos um rebanho.
Hoje, em Sua restauração, o Senhor restaurará a genuína unidade. É uma vergonha para o Senhor que o Seu povo seja dividido em muitas seitas.
Preste a atenção:
Agora, se alguns de Seus queridos santos se unirem, forem libertados e emanciparem-se de todos os tipos de divisões, essa será uma verdadeira glória! E nos gloriaremos no Senhor a partir de agora até o fim desta era."
AGORA, ESSAS SÃO NOSSAS PALAVRAS:
A base da localidade é para unidade, não para produzir divisão.
O nosso coração, dos irmãos de Contagem, deve ser o de procurar dar ao Senhor uma expressão digna. Algo que cause um impacto. Esse é o nosso anelo e a direção que o Senhor nos tem dado. Isso daremos ao Senhor de todo o nosso coração.
Citação do Ministério – Livro: "Um Corpo e Um Espírito"
Capítulo 1
Com os incrédulos e com aqueles que não se encontram conosco, precisamos do impacto. Um novo pode vir à nossa reunião e ficar totalmente desapontado porque nosso número é pequeno, ou porque o nosso local da reunião é uma garagem. Depois que ele chegar uma vez, ele pode nunca mais voltar.
Se tivermos uma instalação apropriada para reuniões, que possa acomodar 300 pessoas... — olha a visão do ministério: 300 pessoas — 15 pequenos grupos de santos nos arredores poderão se unir para uma reunião. Então, quando as pessoas perguntam “Onde você reúne?”, você pode dar-lhes a localização da rua e uma descrição do edifício. Quando eles vêm para a reunião, eles podem ver que você se parece com uma igreja. Isso dará às pessoas a impressão adequada.
Vejam agora, irmãos:
Precisamos ter uma mentalidade revolucionada. Temos que reconsiderar nosso caminho. Essa é nossa mentalidade (nós de Contagem). É com esse coração que escolhemos trilhar este caminho, de estar junto com nossos irmãos para conquistar essa terra.
Ainda somos absolutos pela igreja local e aguardamos o dia em que o Senhor estabelecerá a Sua mesa entre nós, em Contagem, mas neste momento, tomamos o caminho de nos entremesclar com nossos irmãos vizinhos, para ganhar a terra. Amém.
Esta comunhão foi levada a estes dois irmãos, não uma, mas várias vezes. Esta comunhão foi levada a estes dois irmãos, não uma, mas várias vezes, bem como a posição de todos os santos em nossas cidades foi levada a eles, mas, mesmo assim, tomaram outro caminho e, por si mesmos, estabeleceram a mesa nessa cidade de Contagem, indiferentes ao sentimento do Corpo.
Citação do Ministério – Livro: "Palestras Adicionais Sobre a Vida da Igreja"
Terceira Edição – Páginas 13 e 17
Os dois requisitos básicos para o estabelecimento de uma igreja são:
- A autoridade do Espírito;
- O limite da localidade.
"O Espírito Santo deve ter completa autoridade na igreja. Então o Corpo inteiro se moverá como desejar, sem qualquer empecilho.
Quando cada um está sob a autoridade do Espírito Santo, Ele pode usar a todos. Então não há impedimento no Corpo; tudo caminha suavemente. Esse é o momento em que o Corpo está sadio.
Quando cada um pode ser usado pelo Espírito Santo, Este então tem autoridade, e tudo é muito natural e espontâneo. A autoridade completa do Espírito Santo é a base na igreja na qual está o Corpo de Cristo.
Tudo deve acontecer de uma maneira espontânea e na vida divina. É desta maneira que o nosso Senhor opera. E é nessas condições que o Espírito Santo encontra oportunidade de operar a Sua autoridade.
O limite da localidade jamais poderá se sobrepor à autoridade do Espírito Santo. Amém!
O LIMITE DA LOCALIDADE JAMAIS PODERÁ SE SOBREPOR À AUTORIDADE DO ESPÍRITO SANTO. AMÉM!"
Vejamos ainda na página 17 deste mesmo livro:
"É possível que alguns de nós montem uma fábrica com a direção do Espírito Santo, mas isso será impossível em relação à igreja. Não faz diferença se você é cristão ou não, tem a vida de Deus ou não; você não pode estabelecer uma igreja. Se não for iniciada pelo Espírito Santo não será uma igreja. Este é um assunto muito sério. Ninguém pode começar a estabelecê-la, pois desde o princípio tal pessoa não terá a autoridade do Espírito Santo. Se não há a autoridade do Espírito, não há igreja."
Conclusão
Aqui nos mostra que essa autoridade se encontra no Corpo de Cristo e não em um homem. É necessário que os requisitos básicos de unidade, unanimidade, comunhão, estejam presentes para que a autoridade do Espírito possa prevalecer.
Por fim, gostaríamos de enfatizar que devemos ser a igreja no lugar em que nos encontramos. Se estamos em São Paulo, somos a igreja em São Paulo. Se estamos em Curitiba, somos a igreja em Curitiba.Se estamos em Belo Horizonte, como neste momento, somos a igreja em Belo Horizonte.
Não existe algo como “sou a igreja em Contagem” ou “em Belo Horizonte”. A partir do momento em que estamos em Belo Horizonte, somos a igreja em Belo Horizonte. Esse é o nosso testemunho; testemunho de unidade diante de Deus e dos homens. Amém.
Por fim, amados, aqui em Contagem ainda continuamos a ter nossas reuniões semanais nas casas. Nós:
- Apacentamos os santos,
- Pregamos o evangelho,
- E cuidamos dos novos.
Entregamos todas as palavras aqui escritas ao Senhor. Confiamos nEle e O tomamos como Supremo General nesta caminhada. Amém.
Em Cristo Jesus,
Vossos irmãos em Cristo, que abaixo subscrevem esta carta.
Então, temos aqui a assinatura dos irmãos que moram em Contagem e que têm a mesma visão.
Jesus é o Senhor, podemos ir almoçar.
EMBORA ESSA CARTA, LIDA PUBLICAMENTE, LOGO APÓS A REUNIÃO DO PARTIR DO PÃO E MUTUALIDADE, NO LOCAL DE REUNIÕES DA IGREJA EM BELO HORIZONTE, TRATASSE DIRETAMENTE DO NOSSO POSICIONAMENTO EM CONTAGEM, EXPRESSANDO OPOSIÇÃO POR PARTE DOS PRÓPRIOS IRMÃOS DA NOSSA CIDADE, ELA JAMAIS NOS FOI ENVIADA.
O áudio da leitura dessa carta foi gravado espontaneamente por uma irmã jovem da cidade de Belo Horizonte. Ao me enviar esse áudio ela escreveu a seguinte mensagem:
Amém querido irmão!
Tudo bem com vc e família?
Somos um quanto ao ministério dos apóstolos. E quanto a não sermos desobedientes a visão celestial. Amar o que o Senhor ama e odiar o que o Senhor odeia. Por isso somos contra a doutrina dos nicolaítas. Eu li a respeito Tito 1:5
1Coríntios 1:2 nota 7.
A vida Cristã normal, palestras Adicionais. Estudo Cristalização de Romanos página 5, etc...
Estive presente á reunião hoje.
Eu imaginei que realmente seria uma situação de muito ataque.
Orei muito para que o Senhor amarrasse o maligno, e esmagasse a a cabeça dele novamente.
Sei que tudo está debaixo da soberânia de Deus, e desejo que o Senhor fortaleça todos nós no homem interior.
Sinceramente eu fiquei muito triste porque somos o corpo e o corpo sente. Inclusive, há alguns anos atrás, eu pedi à um irmão de contagem que me enviasse o livro A vida cristã normal. E ele me enviou pdf por e-mail. E penso: Como ele pôde retroceder?!
Óh Senhor Jesus.
Eu gravei sobre a carta que eles leram hoje. Vou lhe mandar...
E tbm anotei alguns compartilhares de hoje...
Uma irmã citou Apocalipse 1:20 e Gênesis 12
E falou sobre estrelas e sobre a localidade
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Um irmão citou 1 Pedro 2
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Alguém citou1 Samuel
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João 1:17
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Essa mensagem foi enviada por mim ao irmão Marcos Queiroz após tomar conhecimento de que ele estava propagando um áudio, gravado sem o meu conhecimento, de uma palavra enganosa falada por mim quando eu ainda servia em Belo Horizonte, em obediência à liderança de BH e como forma de combater os "rebeldes da base".
O conteúdo dessa mensagem é muito esclarecedor e reflete a realidade que havia se instalado na igreja em Belo Horizonte, abordada amplamente neste site. Segue abaixo:
Querido irmão Marcos, Jesus é o nosso Senhor!
Amado, hoje às 9:45 a.m. recebi a seguinte mensagem do Marcelo:
**áudio da mensagem**
Durante esse tempo decorrido desde o nosso posicionamento tenho me reservado ao silêncio e às orações porque creio sinceramente que quem convence o homem à respeito de qualquer coisa é o próprio Espírito Santo e não o esforço de nossas palavras.
Porém, diante do fato acima, vou abrir uma pequena exceção, para fazer uma confissão especial para você:
Em um domingo próximo ao dia em que fiz esse compartilhar foi-me dada a incumbência de fazer a abertura da mutualidade. A palavra da semana abrangia o assunto à respeito da base da localidade, e as orientações eram de que esse assunto fosse evitado ao máximo e/ou que eu fosse muito cauteloso ao abordá-lo, devido à presença de irmãos considerados "rebeldes e divisivos", pois um descuido da minha parte em falar sobre o tema poderia despertá-los.
Preocupado com essa orientação e decidido a eliminar os "rebeldes e divisos" e com o espírito de combater a "rebelião da base" (assim tínhamos intitulado naquela época o falar à respeito da verdade sobre a base), após uma semana fraca de desfrute, onde mal li o Reavivamento Matinal, me encontrava dentro do ônibus 2910 a caminho do local de reunião. Em minhas mãos estava o livro "Palestras Adicionais sobre a Vida da Igreja", que eu não lia já faziam vários anos, mais de uma década. Meu objeto era extrair dali algo que minasse o falar de certos irmãos.
Me aproveitando do fato de que, assim como eu, a maioria dos irmãos não lê praticamente nada e de que para a maioria dos irmãos esse e outros vários livros permanecem intocados nas estantes, pois isso é característica forte do brasileiro, produzi naquele dia, dentro daquele ônibus, com base em um trecho totalmente recortado do contexto, a mentira que está nesse áudio que você enviou. O fiz de forma rápida e desleixada, pois eu não tinha muito tempo. Sim, confesso com grande arrependimento que eu menti, menti gravemente. Produzi com base em um pedaço de um parágrafo de um livro que eu não lia já faziam muitos anos uma grave mentira para combater os tais "rebeldes e divisivos" e confesso que o fiz também por causa da minha cegueira para atender os interesses da liderança da igreja em Belo Horizonte e para fortalecer e quem sabe cooperar para instituir de uma vez por todas a forte Igreja Unificada Metropolitana da Grande Belo Horizonte.
Irmão, se os santos mantivessem o hábito de leitura, eu teria sido facilmente desmascarado naquele dia, pois com umas poucas páginas do próprio livro ou de outro como "A Vida Normal da Igreja Cristã" seria tranquilamente exposta a minha mentira. Repito que para expor a mentira que produzi nem seria necessário tanto esforço. Mas pelo contrário, a imensa maioria dos irmãos caiu "como patinhos" na mentira que produzi e pelo vejo, essa mentira criada por Satanás através da minha pessoa, continua ecoando e fazendo vítimas até os dias atuais.
Olha querido, além do mais, me impressiona fortemente o fato dessa "baboseira" que falei ter sido gravada. E foi gravada sem que eu soubesse, às escuras, às ocultas. Irmão, o nosso caminho precisa ser o da luz. Veja a gravidade do ponto em que nós chegamos: gravar irmãos, até mesmo cooperados do ministério, em reuniões ou em comunhões, às ocultas, fora da luz, para depois usar as palavras deles contra eles próprios ou contra outros, palavras recortadas, trechos, remendos. Sim, por mais absurdo que isso possa parecer, isso se tornou a nossa prática na grande igreja unificada de Belo Horizonte. Uma prática mundana da qual eu também fiz parte e meu tornei forte cooperador. Em meu computador tenho áudios de vários irmãos, sem que eles nem sequer imaginem isso. Prática instituída e ordenada pela liderança da igreja e abraçada fortemente por mim naquela época. Pergunto: com qual objetivo?
Por causa disto, hoje decidi enviar este texto para você, na luz, de forma clara, através do whatsapp. Não precisamos documentar nada às escuras. "Deixemos, pois as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia".
E por causa disto também me arrependo profundamente. Espero que o Senhor possa salvar os irmãos. Que o Senhor ponha fim nesse espírito divisivo que está instalado na grande igreja unificada de Belo Horizonte. Já reparou irmão? Quanto mais insistimos nesse sistema de unificação, nessa prática de igreja grande, sob pretexto de "unidade", mais e mais divisões e confusões acontecem em nosso meio? Olhe bem a sua volta santo; divisões sem fim, inúmeros irmãos da própria localidade de Belo Horizonte taxados e implacavelmente rotulados de "rebeldes" por não concordarem com essa prática "nova". Detalhe: eles moram na cidade, é a cidade deles, e nós de outras localidades os intitulamos como rebeldes, e olha que foram muitos irmãos hein. Você chegou a pouco tempo santo; eu um pouco antes, mas nesse pouco tempo antes de você vi vários irmãos preciosos da própria localidade onde eles moram serem taxados dessa maneira. Irmãos que se tornaram impotentes diante da nossa arrogância extrema e maligna. Irmãos dos quais a única voz que ainda ecoa, debaixo de muito sofrimento, é a do Ronaldo. E olha que não foram poucos. Se quiser saber pergunte por aí quem foram. Só sobraram dessa nossa "lista negra" os neófitos ou os neutros. Que o Senhor me perdoe. Coro de vergonha e me sinto profundamente triste. Você não faz idéia Marcos do tanto de irmãos de BH que hoje estão afastados, enfraquecidos, por causa da "nova" doutrina e prática que inventamos. Doutrina e prática tais que nem se encontram na Bíblia. Abra a sua Bíblia com um coração aberto e me mostre pelo menos duas localidades que se unificaram. Por favor, mostre-me.
Desculpe pelo texto tão extenso, mas tenha-o como uma confissão pessoal e um pedido sincero de perdão por essas coisas do passado. Perdoe-me por ter ajudado a fortalecer um sistema anti-bíblico de se reunir. Perdoe-me por eu fazer parte e por propagar o engano destrutivo do maligno.
Hoje percebo que aquilo que eu considerava como o incrível e forte sistema "atual" de unificação de igrejas não passa da sutil obra de demolição de Satanás.
Irmão, espero que você entenda que essa mensagem, nesse momento, é para você, e que se o Senhor um dia permitir eu farei essa confissão e esse pedido de perdão publicamente, diante de todos os santos.
Novamente me perdoe. Jesus é o Senhor!
Ass.: Júlio César Zanelato.